Bares e restaurantes gaúchos têm dívidas em atraso e prejuízo para fechar as contas, diz Abrasel

Um total de 24% das empresas do setor no estado fecharam o mês de maio no vermelho

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Mais de um quarto dos bares e restaurantes gaúchos (26%) estão com dívidas vencidas com impostos, fornecedores ou serviços públicos. Conforme pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), além do endividamento, 24% das empresas gaúchas do setor fecharam o mês de maio no vermelho, índice pior que a média nacional de 21%.

A maioria dos estabelecimentos tem dívidas com impostos federais, como Imposto de Renda, PIS/Cofins ou parcelas do Simples, alcançando 84%. Além disso, 26% possuem dívidas relacionadas a impostos estaduais, 26% devem encargos trabalhistas, 16% estão com aluguel atrasado, 11% devem taxas municipais, 11% têm débitos com fornecedores de insumos e 5% de serviços de água, luz, gás e telefonia.

“O levantamento revela que ainda é significativo o número de estabelecimentos que operam com prejuízo, reflexo do endividamento causado pela pandemia. Temos uma longa escalada pela recuperação à frente, até que se alcance, novamente, o ponto de equilíbrio”, explica João Melo, presidente da Abrasel no RS.

Mesmo com índices negativos, a pesquisa registrou aumento no número de empresas com lucro de 41% em abril para 54% em maio. O índice de estabelecimentos em equilíbrio caiu de 33% para 22%. “Apesar das dificuldades, o aumento no número de bares e restaurantes operando com lucro nos faz sentir otimistas. Alguns estabelecimentos apostam no período de férias, que  deve trazer um aumento na movimentação”, destaca João.

Outro detalhe importante do levantamento é sobre contratações. Um terço do setor pretende contratar no segundo semestre e 55% dos locais querem manter o quadro de funcionários. Quase a totalidade dos entrevistados afirma que contrata pessoas sem experiência, buscando capacitar a mão de obra e 3 em cada 4 possuem políticas de ascensão profissional.

“As vagas mostram a melhora da economia. A estratégia é contratar melhor para fazer o setor girar, valorizar os trabalhadores para evitar que troquem de emprego e assim, olhar para dentro do estabelecimento para sempre avançar”, aponta o presidente.