A Prefeitura de Porto Alegre confirmou a manutenção das aulas nas escolas da rede municipal de ensino nesta quarta-feira. Ainda assim, diante da previsão de temporal generalizado em razão de um ciclone extratropical que atua sobre o Rio Grande do Sul, o vice-prefeito da capital, Ricardo Gomes, afirmou em entrevista ao programa Guaíba Esportes, da Rádio Guaíba, que a avaliação, até a noite desta terça-feira, era de intensificação do fenômeno climático após o meio-dia, permitindo as atividades normais no turno da manhã. Gomes ressaltou, porém, que há possibilidade de as aulas no turno da tarde serem canceladas, a partir do monitoramento em tempo real do ciclone, ao longo da manhã.
“As aulas estão mantidas até segunda ordem. Também vamos acompanhando o andamento, os sinais são de que o ciclone se agrave depois do meio-dia, e que isso permitiria, na análise que foi feita pelos órgãos da Defesa Civil, que as aulas da manhã acontecessem com uma certa normalidade. Teríamos a manhã de quarta-feira para decidir sobre as aulas da tarde. Hoje (terça-feira), eu diria que a tendência é que as aulas da tarde (de quarta) sejam canceladas”, destacou.
A prefeitura realizou uma reunião, no fim da tarde desta terça, com objetivo de mobilizar equipes para atender possíveis ocorrências devido ao alerta de temporais, com possibilidade de que se estendam até a manhã de sexta.
O encontro, no Centro Administrativo Guilherme Socias Villela, contou com a participação de representantes da Comissão Permanente de Atuação em Emergências (Copae), Defesa Civil e demais órgãos públicos municipais envolvidos no atendimento às enchentes.
O prefeito Sebastião Melo reiterou a necessidade de atenção das equipes para as áreas de risco e onde tradicionalmente ocorre transbordamento e inundação. Também solicitou aos integrantes da CEEE Equatorial, presentes na reunião, agilidade na solução de problemas elétricos que possam ocorrer e impactar no abastecimento de água, especialmente a hospitais, escolas e postos de saúde.
Na entrevista à Rádio Guaíba, o vice-prefeito também deu mais detalhes sobre o ofício enviado ao Grêmio, Federação Gaúcha de Futebol (FGF) e Confederação Brasileira de Futebol (CBF), solicitando o adiamento do jogo marcado para a noite desta quarta-feira, na Arena.
Conforme Gomes, além do risco para as pessoas que estiverem presentes na Arena, há que se considerar a mobilização de agentes da EPTC para a organização do trânsito no entorno do estádio tricolor em um dia em que a prioridade deve ser o atendimento de ocorrências em razão do temporal.
“Primeiro, existe um risco para as pessoas que estiverem no estádio. A gente sabe que a Arena do Grêmio tem em seu entorno dificuldades de drenagem. Tem a questão de alagamento na área, isso afeta os moradores, sim, mas afeta também quem se desloca para o jogo. As forças do município precisam estar presentes, se acontece um temporal, preciso que a EPTC esteja fechando ruas para poder fazer a retirada de árvores que caíram, preciso da EPTC populando esquinas em que, eventualmente, uma sinaleira fique sem energia elétrica, como aconteceu no dia 15. Não tenho força municipal para atender essa efeméride sem usar os agentes que estariam trabalhando no jogo. É uma questão de risco para quem iria ao jogo, caso se confirme a previsão de tempo, mas é também uma dificuldade da Prefeitura que precisa atender esse fato no município inteiro”, declarou.
No encontro, também ficou acordado entre a prefeitura e a CEEE Equatorial que a empresa de energia vai priorizar o restabelecimento da luz em EBAPs – estações de bombeamento de águas pluviais -, que fazem a drenagem e, depois, o restabelecimento nas EBATs – estações de bombeamento de água tratada -, responsáveis pelo fluxo de abastecimento a residências da capital.
“As casas de bombas, algumas têm redundância (geração de energia própria), mas a grande maioria não tem. São muitas casas de bombas e (o gerador) é um equipamento bastante caro. Quando falta luz, a bomba para e é preciso restabelecer a energia. Então, uma das ações que a gente tomou foi chamar a CEEE Equatorial e priorizar alguns equipamentos públicos para atendimentos caso venha a faltar luz. O compromisso deles conosco é que serão mais eficientes do que foram no último ciclone, quando, de fato, deixaram a desejar. Já priorizamos com eles os equipamentos de saúde do município, hospitais, postos de saúde e as bombas do Dmae para que voltem a funcionar (rápido, caso sejam afetadas)”, ressaltou.
Conforme o vice-prefeito, o município debate a possibilidade de o Dmae firmar parceria com entes privados visando o investimento de mais de R$ 3 bilhões para universalizar o atendimento de água e esgoto e, também, para fazer a modernização das casas de bombas espalhadas pela cidade. “As bombas de sucção, de drenagem, ficariam com o Dmae para fazer a manutenção e melhoramento, mas teria o recurso da parcerização para fazer essa melhoria. É um processo longo e demorado, são valores muito altos, tanto de drenagem quanto de universalização de água e esgoto. Estamos trabalhando em uma solução global para essa questão”, completou.
O ginásio do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), localizado no bairro Santana, está preparado para atender famílias desalojadas em caso de necessidade. Além da rede de proteção social, Defesa Civil, Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, Dmae e EPTC estarão com as equipes de prontidão.