América Latina atrai recorde de investimento estrangeiro direto em 2022

Apesar de alta, região atraiu apenas 8% do fluxo global

Foto: José Cruz / Agência Brasil

Beneficiada pela recuperação dos gastos globais após a pandemia de covid-19, a América Latina e o Caribe atraíram um volume recorde investimentos estrangeiros diretos (IED) em 2022. A informação foi divulgada pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (Cepal). No ano passado, a região recebeu US$ 224,5 bilhões de outras partes do planeta destinados ao setor produtivo, um total 55,2% superior ao registrado em 2021.

Apesar do crescimento, a América Latina atraiu apenas 8% do fluxo global de investimentos estrangeiros diretos em 2022. Proporcionalmente, a região teve a menor participação, ficando atrás da Europa, da Ásia-Pacífico, África, Oriente Médio e América do Norte.

Segundo a Cepal, pela primeira vez em nove anos esse tipo de recurso superou a marca de US$ 200 bilhões. “Os fluxos de IED para a região não ultrapassavam os US$ 200 bilhões desde 2013, portanto a recuperação de 2022 estabelece um importante marco de investimento na última década”, destacou o relatório.

Diferentemente dos investimentos financeiros, destinados ao mercado financeiro, os recursos estrangeiros diretos destinam-se à geração de empregos, como compra de empresas nacionais ou expansão de empresas estrangeiras para outros países. Segundo a Cepal, os setores mais beneficiados no último ano foram os de serviços, energias (renováveis e não renováveis) e manufatura.

 

PLANOS DE INVESTIMENTO

Em 2022, o número de fusões e aquisições resultantes de IED aumentou apenas 7%, mas o valor dos negócios disparou 57%, chegando a US$ 30,15 bilhões no ano. Segundo a Cepal, a alta se deve à retomada de planos de investimento e de expansão pelas empresas após a pandemia de covid-19. Na distribuição por países, o Brasil atraiu 41% dos valores destinados à América Latina e o Caribe, superando o México, com 17%. Os dois países são as maiores economias da região.

No ano passado, o volume global de IED somou US$ 1,29 trilhão, alta de 11% em relação a 2021. O cálculo da Cepal, no entanto, eliminou o impacto da desinstalação de empresas em Luxemburgo, centro financeiro global usado por empresas que atuam na Europa e transferem a sede para o país.

No Brasil, o volume de IED quase dobrou de 2021 para 2022, crescendo 97%. No México, o crescimento foi menor e atingiu 14% em relação ao ano anterior.

 

(*) com Almir Freitas