O cenário da economia brasileira é positivo para o setor da construção civil. Não fosse a taxa de juros, o setor estaria vivenciado um cenário ainda mais animador. As perspectivas do setor foram avaliadas na reunião almoço do Sinduscon-RS realizada nesta segunda-feira, na sede da entidade, tendo como convidado o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, e o presidente do Conselho da entidade, José Carlos Martins.
Este cenário positivo foi traçado na exposição de Ieda Vasconcelos, economista da Câmara. Ela destacou a reversão do cenário brasileiro, seja na perspectiva de crescimento que saiu dos 0,78% no começo do ano para 2,19% no final do primeiro semestre, ou ainda na projeção de inflação, que era próximo dos 5,36% em janeiro e chega agora muito próximo da meta alta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,75%.
“É importante entendermos que mudaram as perspectivas ao longo do período, principalmente nos preços das commodities. O que ainda atrapalha o segmento são as altas taxas de juros com todo este cenário”, diz Ieda.
A economista destacou que a trava para o crescimento do setor tem relação com os juros cobrados no país, seja no desempenho ou no aumento do número de empregos. Se nos primeiros cinco meses do ano passado, a construção civil reunia mais de 5,6 mil vagas ocupadas, neste ano são pouco mais de 1,4 mil no mesmo período.
Também nesta segunda-feira, a indústria de material de construção anunciou uma retração de 3,8% no seu faturamento em junho, na comparação com o mesmo mês de 2022. Os dados são do índice da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ante maio deste ano, houve recuo de 1,9% no faturamento do setor. De janeiro a junho, a queda é de 3,3%, na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
AÇÃO NACIONAL
Correia, da CBIC, usou o encontro para detalhar ações que serão desenvolvidas pela entidade em nível nacional, com destaques para projetos como desenvolvimento da comunicação setorial, reorganização, articulação política do ecossistema e engajamento político das bases. Sobre a Reforma Tributária aprovada na Câmara dos Deputados na semana passada, o presidente da CBIC deu um recado: “contratem advogados tributaristas para entender os detalhes do texto final”.
