Dieese calcula que salário mínimo de junho deveria ser acima de R$ 6,5 mil

Cesta Básica em Porto Alegre é a segunda mais cara, custando R$ 773,56

Dinheiro

O valor da cesta básica de junho reduziu em 10 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 783,05), seguida de Porto Alegre (R$ 773,56), Florianópolis (R$ 771,54) e do Rio de Janeiro (R$ 741,00).

A comparação dos valores da cesta, entre junho de 2022 e junho de 2023, mostrou que 13 capitais tiveram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,63%, em Fortaleza, e 4,37%, em Belém. Entre maio e junho de 2023, as quedas mais importantes ocorreram em Goiânia (-5,04%), Brasília (-2,29%) e Vitória (-2,08%). As altas foram observadas em Recife (5,79%), Natal (5,00%), João Pessoa (4,12%), Aracaju (2,41%), Campo Grande (0,84%), Florianópolis (0,84%) e Salvador (0,26%).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 567,11), Salvador (R$ 595,84) e João Pessoa (R$ 604,89).

Outras três cidades apresentaram queda: Brasília (- 1,58%), Goiânia (-0,70%) e Vitória (-0,22%); e, em Curitiba, houve relativa estabilidade (-0,01%). No primeiro semestre do ano, o custo da cesta básica aumentou em 10 cidades, com destaque para as taxas de Recife (9,92%), Aracaju (8,84%) e Natal (8,20%). As quedas variaram entre -5,79%, em Belo Horizonte, e -1,04%, em São Paulo.

 SALÁRIO MÍNIMO

Com base na cesta mais cara, que, em junho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo, o DIEESE estima que em junho de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.578,41 ou 4,98 vezes o mínimo de R$ 1.320,00. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.652,09 e correspondeu a 5,04 vezes o piso mínimo. Em junho de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.527,67 ou 5,39 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica passou de 113 horas e 19 minutos, em maio, para 113 horas e 13 minutos, em junho. Já em junho de 2022, a jornada média foi de 121 horas e 26 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em junho de 2023, 55,63% do rendimento líquido, para adquirir os produtos alimentícios básicos, e em maio, 55,68%. Em junho de 2022, o percentual ficou em 59,68%.