Em sessão tumultuada, marcada por manifestações nas galerias, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul adiou novamente, nesta terça-feira, a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca restringir possíveis alterações em símbolos do Estado, como o Hino Rio-Grandense.
A sessão acabou encerrada, perto das 17h, em função da retirada de quórum, com o registro de 23 deputados em plenário. O movimento pela retirada coube à ala que apoia a aprovação da PEC.
Assim, a votação abre, obrigatoriamente, a sessão da terça-feira que vem, dia 11, a última antes do recesso parlamentar. Deputados ainda devem analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na mesma sessão.
Emenda gera discussão
A retomada da discussão do projeto começou com polêmica. Isso porque o deputado Luiz Marenco (PDT) decidiu retirar uma emenda, que havia sido acordada entre os líderes. A ideia era permitir a alteração dos símbolos, mas apenas em caso de plebiscito popular.
O anúncio da retirada gerou reação de parlamentares favoráveis ao texto, que apresentaram uma nova emenda, com a mesma redação.
Manifestações nas galerias abriram sessão
O ambiente no plenário da Assembleia ficou tenso antes mesmo da discussão do projeto. Isso porque, após o período do grande expediente, que buscou homenagear Viamão, parte da galeria entoou o Hino Rio-Grandense, enquanto movimentos negros respondiam aos gritos de “fascista” em razão verso contestado: “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.
Chegou a ocorrer um princípio de confusão. Os lados a favor e contra a PEC do Hino levaram a discussão para âmbito nacional com gritos contra o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Assembleia, Vilmar Zanchin (MDB) pediu calma aos presentes.