Faturas de energia elétrica beirando R$ 2 mil e R$ 3 mil em casebres simples, pertencentes a famílias predominantemente formadas por catadores, em vilas como Santo André e Amazônia, na periferia da capital, levaram vereadores a convocar a CEEE Equatorial. Representantes da empresa participaram de uma reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal, ocorrida nesta terça-feira.
Proposto pelo vereador Alvoni Medina (Republicanos), o encontro levou representantes das comunidades e da empresa, a fim de buscar soluções. O representante da Vila Santo André, Jorge Fagundes, expôs os problemas que a comunidade vive com a concessionária,
O morador afirmou, ainda, que profissionais da CEEE coagiram vizinhos a assinar contratos que não possuem condições de pagar. “A pessoa trabalha de manhã para comer à noite, sem um salário fixo. E a Equatorial está lá dentro (da Vila Santo André) cobrando e obrigando as pessoas a fazer um acordo”, atestou o líder comunitário.
Outras comunidades, como a Vila Amazônia, exigiram a implementação de uma taxa mínima de energia para as comunidades e um tempo mais longo para pagar as dívidas pendentes. Atualmente, a Equatorial oferece o parcelamento em até 48 vezes, o que os moradores alegaram ser inviável.
O executivo de relacionamento com o cliente da empresa, Alessandro da Silva, apontou, ao comentar as denúncias de moradores da Vila Santo André, que houve instabilidades no sistema antigo. Em relação ao valor das faturas, ele disse ser necessário apurar caso a caso. “A gente não pode tomar casos específicos como generalidade”, disse.
O diretor do Procon de Porto Alegre, Wambert Di Lorenzo, afirmou que o órgão abriu uma investigação ainda em maio deste ano. Ele explicou que o órgão notificou a Equatorial a analisar e apresentar resposta a casos individuais de suspeita de cobrança abusiva. Ele também colocou o Procon à disposição das comunidades.
Ficou marcado um encontro entre os membros da comissão e o presidente da CEEE Equatorial, a análise individual das tarifas dos moradores e uma visita, com representantes da Equatorial e do Procon, às comunidades, para atendimento individual.
