Usuários reclamam de atrasos por conta da greve dos rodoviários

Uma reunião emergencial ocorre nesta segunda-feira entre empregadores e trabalhadores para encontrar uma forma de findar a paralisação parcial

Foto: Fernanda Bassôa / Especial / CP

Os rodoviários retomaram nesta segunda-feira a mobilização em protesto pela falta de avanços nas negociações com a patronal pela reivindicação de reposição salarial de 6%, referente ao dissídio de 2023. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais da Região Metropolitana (Sindimetropolitano), afirma que o valor, com reajuste, deveria ter sido pago desde 1º de junho.

Por conta da paralisação parcial, os usuários relatam que desde às 6h30min os ônibus chegam lotados nas paradas de Cachoeirinha. É o caso do gerente Tales da Silva Fagundes, 30. Ele trabalha em uma loja no centro de Porto Alegre. “A sorte é que a minha loja tem dois gerentes. Estou desde 6h30min esperando ônibus. Passaram alguns mas todos lotados. Eu poderia pegar qualquer um, mas estava tudo lotado”, afirma.

A medida atinge sete municípios gaúchos (Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão), com 50% da frota atuando nos horários de pico (5h30min às 9h e das 16h30min às 19h) e 30% dos veículos em circulação nos demais períodos. Conforme Fagundes, a parada ficou lotada até 9h. “O pessoal começou a entrar nos ônibus mesmo lotados. Tinha gente saindo pela porta. Pessoal entrando de qualquer jeito”, relata. Sexta-feira estava ruim, mas não estava igual a hoje”, completa.

A doméstica Eloí de Oliveira Luz, 65, saiu de casa às 7h30min. Às 9h, seguia à espera de um ônibus na parada 59, em Cachoeirinha. Ela trabalha no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. “Já avisei que vou chegar atrasada hoje, não tem como chegar”, afirma.

Eloí avalia que a reivindicação dos rodoviários é justa. “Eles são trabalhadores e precisam de aumento, mas a gente que depende dos ônibus sofre”, destaca. Ela diz que sexta-feira foi mais tranquilo. “Hoje vou ter que pegar duas conduções para ir ao serviço”, ressalta.

Reunião de emergência 

O vice-governador Gabriel Souza explica que o Tribunal de Justiça gaúcho liberou o pagamento integral de um auxílio emergencial às empresas de transporte metropolitano, a título de compensação pelo aumento do diesel, no valor de R$ 42 milhões.

O governo estadual prepara, agora, o calendário de pagamento. “Temos condições jurídicas de pagar. Estou determinando o pagamento, que foi autorizado pelo governador Eduardo Leite. Leia-se pagamento com o fim da greve. Queremos que a greve seja encerrada imediatamente”, diz.

Hoje uma reunião de emergência entre empregadores e empregados deve ser realizada. “Não podemos fazer algo a mais além de dizer que iremos pagar o subsídio. Com a reunião esperamos que a greve tenha seu fim imediatamente para que nas próximas horas seja retomado o serviço”, diz.