O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal Arthur Maia (União-BA), adiou para a terça-feira da semana que vem o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que era previsto para amanhã. O foco da Câmara nesta semana vai ser garantir a votação de pautas prioritárias para a área econômica do governo – entre elas, a reforma tributária, o novo marco fiscal e o voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Em comunicado, Arthur Maia informou que a decisão considera “a intensa agenda da Câmara dos Deputados desta semana, com sessões deliberativas a serem realizadas todos os dias, com a suspensão da atividade de suas comissões e com a apreciação de matérias relevantes, além das sessões aguardadas no Senado Federal”.
A oitiva de Cid, preso desde maio após operação da Polícia Federal que apura fraudes nos cartões de vacinação da família Bolsonaro, ficou reagendada para 11 de julho, às 9h.
O militar tentou ser dispensado do depoimento à CPMI pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas teve o pedido negado pela ministra Cármen Lúcia. A magistrada determinou, no entanto, que ele tenha o direito de não produzir provas contra si, podendo não responder a perguntas que possam incriminá-lo.
Depoimento
Na sexta passada, o ex-ajudante de ordens depôs pela sexta vez à PF. Mauro Cid também é investigado em outros dois inquéritos, sobre o caso das joias de Michelle Bolsonaro e mensagens incentivando a realização de um suposto golpe de Estado encontradas no celular dele.
Em conversa com Cid, o coronel do Exército Jean Lawand Júnior, ouvido pela CPMI na última terça, afirmou que Bolsonaro não podia “recuar” após a derrota nas eleições de 2022. O coronel pediu a Cid para convencer o ex-presidente a “dar a ordem” para os militares agirem.