Um encontro da pesquisa e universidades com a assistência técnica e os citricultores, para trocarem informações importantes sobre a cultura. Assim foi a 24ª edição do Ciclo de Palestras sobre Citricultura, que ocorreu na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) em Erechim e se encerrou nesta quinta-feira (29) com uma visita técnica à propriedade da família Griebler, em Aratiba. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) é uma das promotoras e coordenadoras do ciclo, junto com a Emater/RS-Ascar e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Participaram cerca de 400 pessoas.
Durante a abertura oficial do evento, o assessor técnico da Câmara Setorial de Citricultura da Seapi, engenheiro agrônomo Paulo Lipp, recebeu uma homenagem pelos relevantes serviços prestados na Citricultura. “Para mim, é um dia muito especial, de muita alegria. Estou bastante lisonjeado e emocionado com essa homenagem, justo nessa edição, que comemora 30 anos do início do evento”, afirmou. Ele ressaltou que, além das palestras e do conhecimento gerado, o ciclo oportunizou criar amizades para a vida.
O produtor de citros João Batista Griebler, cuja propriedade foi visitada, também foi homenageado.
Palestras
O primeiro dia da programação contou com palestrantes da Ufrgs, Embrapa, Emater/RS-Ascar, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Seapi, além de relatos de produtores apresentando orientações de produção, variedades disponíveis, condições de fertilidade dos pomares citrícolas gaúchos, soluções e fitossanidade.
Um dos pontos de destaque no evento foi a discussão sobre a ameaça do greening, doença dos citros que não está presente no Rio Grande do Sul e foi detectada recentemente em Santa Catarina e no Uruguai.
A chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapi, Rita Antochevis, mostrou dados sobre a doença e as estratégias de vigilância e exclusão realizadas pelo Departamento de Defesa Vegetal. “O Greening – HLB é a doença mais importante da citricultura em nível mundial. Estamos monitorando constantemente os pomares e realizando ações de fiscalização de trânsito, objetivando uma eventual detecção precoce, além de interceptar materiais que possam causar o ingresso do patógeno”, afirmou ela. “Somente este ano, foram monitorados 1.800 hectares de citros no Estado”.
Já o diretor do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria, engenheiro agrônomo Ricardo Felicetti, manifestou a importância da cadeia citrícola gaúcha. “A citricultura do Estado merece um evento de excelência como este, com a importância da atividade sendo representada pela qualificação dos palestrantes, técnicos presentes e produtores interessados”, pontuou. “Para o fortalecimento desta atividade é necessário que a cadeia se una e se organize, para o enfrentamento de ameaças como o greening e para a consolidação da atividade como estratégica para a agropecuária gaúcha. É um patrimônio agropecuário do Rio Grande do Sul”, definiu Felicetti.
Durante o evento foi ressaltada a importância da criação de um programa Estadual de Citricultura. “A criação de um programa Estadual de Citricultura traria segurança e estabilidade para a cadeia, contribuindo com a organização dos produtores e com a atividade”, afirmou o engenheiro agrônomo.
O diretor do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi (DDPA), Caio Efrom, por sua vez, foi debatedor na palestra “Controle da Mosca da Fruta e Outros Insetos Praga dos Citros”, ministrada pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Dori Nava. Foram apresentadas as principais ferramentas e estratégias para o monitoramento e controle da mosca-das-frutas, que é considerada o principal inseto praga da citricultura no Estado.
“Foram expostas desde características e identificação da praga, até técnicas de monitoramento e controle, com perspectivas para o futuro, como o controle biológico”, contou Efrom. “Por fim, discutimos detalhes sobre técnicas de controle por inseticidas com isca tóxica e atrativo alimentar para o inseto”.
Visita técnica
Durante a visita técnica à propriedade da família Griebler, em Aratiba, houve abordagens de sistematização, implantação e manejo de pomares jovens. “A característica da região é de áreas com declive”, destacou Efrom. Segundo ele, a visita foi encerrada com a ida a um packing house, onde é feito o tratamento de frutas para a comercialização.
Além da Seapi, Emater e Ufrgs, são promotores do Ciclo: Prefeitura de Erechim, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Segurança Alimentar; e URI Campus de Erechim.