O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouviu, durante almoço fechado, no Palácio Piratini, relatos da situação financeira do Rio Grande do Sul. As manifestações vieram do atual ocupante do Piratini, Eduardo Leite (PSDB), e de ex-governadores de diferentes linhas ideológicas, como o PT, PP e MDB.
Leite destacou a necessidade de o Estado receber auxílio do governo federal. Ele comparou os recursos dos quais dispõe o RS e com o que recebem outros estados, como royalties do petróleo, no caso do Rio de Janeiro, ou os gerados pela usina de Itaipu, como ocorre com o Paraná.
O governador lembrou ainda que o RS pleiteia novos termos para o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), de renegociação da dívida com a União, ao qual o Estado aderiu no ano passado. Além de Leite, o coordenador da bancada federal gaúcha no Congresso, deputado federal Carlos Gomes (Republicanos), também se manifestou.
O relato de que o tema das finanças predominou durante o almoço veio do ex-governador Germano Rigotto (MDB), um dos primeiros a deixar o local. Na saída, o emedebista salientou a importância de lideranças de diferentes perfis ideológicos se reunirem com Lula para mostrar entendimento e força em relação às prioridades do Rio Grande do Sul.
O ex-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), que assume na quinta-feira como diretor do BRDE, também lembrou, ao término do evento, o destaque dado às questões econômicas e considerou que Lula se mostrou sensível ao tema. “Ganha força, em função de que vários ex-governadores estavam reunidos”, avaliou.
Expectativa frustrada
O presidente Lula e a comitiva chegaram às 14h15min no Palácio Piratini, porém, o ingresso se deu rapidamente, pela entrada de veículos principal da sede do governo, na Duque de Caxias. A forma da chegada frustrou o pequeno grupo de apoiadores que aguardava por Lula junto à entrada do Palácio.
Com a movimentação de batedores e seguranças, apoiadores reunidos na saída do Piratini começaram a entoar o bordão “Lula, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver”. Na saída, às 15h43min, Lula rapidamente abriu o vidro e acenou para os manifestantes que tentavam vê-lo. Do Piratini, seguiu direto para o Hospital de Clínicas.