Começa nesta sexta-feira, a partir das 7h, a greve de profissionais da enfermagem, confirmada no início da semana pelo Sindisaúde-RS. A paralisação vai durar 24 horas e, no Rio Grande do Sul, não deve contar com a adesão dos enfermeiros, ligados a outra entidade sindical, nem de trabalhadores de casas de saúde que já conseguem pagar o piso nacional da enfermagem, como as do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e o Hospital de Clínicas, por exemplo. O Sindisaúde representa cerca de 80 mil trabalhadores no Rio Grande do Sul, incluindo técnicos e auxiliares de enfermagem em uma base territorial que contempla as empresas e estabelecimentos de saúde de Porto Alegre, região Metropolitana, Vale do Paranhana, litoral Norte e parte da região Sul.
O objetivo, conforme o presidente Júlio Jesien, é pressionar pelo cumprimento da lei do piso – que garante um salário mínimo mensal de R$4.750 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos em enfermagem e 50% para parteiras e auxiliares de enfermagem, sem aumento da carga horária cumprida hoje. Persistem entraves jurídicos desde o ano passado, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro sancionou o piso. A forma de distribuição dos recursos, definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também motivou contestação judicial.
O formato de como devem ser feitos os pagamentos aos profissionais, tanto da iniciativa privada, quanto da rede pública, está em votação no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a demora em uma resolução frustra o sindicato, que, na última segunda-feira, decidiu pela adesão à greve nacional. Nessa quarta, o Sindisaúde realizou um protesto seguido de caminhada no Centro Histórico da Capital, até a entrada do complexo da Santa Casa de Misericórdia.
O sindicato confirmou que vai realizar piquetes em hospitais, mas até o início da tarde não havia divulgado onde. Está confirmada, ainda, uma concentração unificada a partir da sede do Sindisaúde-RS, no bairro Santa Cecília, até o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), a quatro quadras dali. O HCPA recebe nesta sexta o presidente Lula pela primeira vez desde que o mandatário assumiu o Planalto para um terceiro mandato.
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