Os rodoviários da região Metropolitana de Porto Alegre fazem, nesta quinta-feira, uma paralisação parcial em sete cidades: Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Glorinha, Gravataí, Nova Santa Rita e Viamão. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviários Intermunicipais de Turismo e de Fretamento, o SindiMetropolitano, as linhas não vêm operando com tabela normal. O diretor da entidade, José Luiz de Araújo, disse estar sendo cumprido o acordo sugerido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT) para os horários de pico.
Enquanto durar a greve, os ônibus devem circular com 50% da frota das 5h30min à 9h e das 16h30min às 19h. No demais horários, só deve sair das garagens 30% da frota. No início da manhã, as paradas estiveram cheias, conforme o diretor do SindiMetropolitano. Ele destacou que muitos usuários tiveram de recorrer ao transporte por aplicativo, o que, segundo ele, fica insustentável caso a greve se estenda por mais tempo.
O sindicato ressaltou que as empresas ofereceram uma proposta de reajuste de 4,5%, em duas parcelas de 2,25%, o que os trabalhadores rejeitaram, em assembleia geral. Os rodoviários encaminharam, então, uma contraproposta, de 6%, para quando houver aumento de tarifa. A categoria pede 3% na data-base 1° de junho, e os outros 3% dentro de 90 dias.
Nesta quinta-feira, às 14h ocorre mais uma reunião de mediação conduzida pelo TRT4. A os rodoviários dizem esperar uma nova proposta. Caso não se chegue a um acordo, a próxima reunião só ocorre em 6 de julho. Nesse caso, até lá, a greve segue mantida.
O que dizem as empresas de ônibus
Procurado, o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do RS (Setergs) alegou que vem, há meses, alertando sobre a defasagem da tarifa do transporte metropolitano e negociando com os rodoviários a fim de atender os anseios da categoria e evitar a greve.
A entidade informou que, nesta quarta, em reunião de mediação conduzida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), propôs reajuste de 3%, a partir de agosto, completando 6% quando houver o reajuste da tarifa, o que deixou de ocorrer em 1º de junho do ano passado e, na mesma data, neste ano. “A defasagem tarifária já atinge aproximadamente 34%”, menciona o comunicado.
O Setergs também relata, na nota, o não pagamento, pelo Estado, de valores referentes a um Programa Emergencial de Compensações, criado em dezembro do ano passado, visando amenizar a crise decorrente do aumento dos insumos e da queda do número de passageiros em relação ao período pré-pandemia.