O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira que o Conselho Monetário Nacional (CNM) decidiu manter a meta de inflação de 3% em 2026 e adotar a meta contínua a partir de 2025. Isso significa que ela vai ter um prazo determinado, como por exemplo, por 12 meses, e não mais seguir o ano-calendário (de janeiro a dezembro).
A meta de 3% é a mesma já vigente para 2024 e 2025, com 1,5 ponto percentual de tolerância para mais ou para menos. Haddad formalizou o anúncio após participar de reunião do CMN, ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Segundo o Banco Central, o sistema possibilita que a inflação fique sob controle, em níveis relativamente baixos. Desde a adoção do regime, em 1999, a inflação se manteve dentro do intervalo de tolerância na maioria dos anos-calendário. Isso só não ocorreu sete vezes: em 2001, 2002, 2003, 2015, 2017, 2021 e 2022.
Regime contínuo
No regime contínuo, a meta passa a ter duração permanente, em um prazo que deve ser definido de forma técnica pela autoridade monetária, e não a de um calendário anual, de janeiro a dezembro. “É o horizonte relevante que muda. Na Europa e nos EUA, ninguém está discutindo com o BC para onde tem que ir a taxa de juros para que a meta de 2% seja atingida, o que se exige é uma trajetória”, afirmou o ministro Fernando Haddad em conversa com jornalistas nesta quarta-feira.
Haddad destacou ter tratado do tema “longamente” com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “O próprio FMI dizia que era melhor, países chegaram à conclusão que era a meta melhor. Quase a totalidade dos economistas consideram que a mudança é desejável”, disse Haddad.
Composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, o CNM assume, entre outras a incumbência de definir a meta de inflação com antecedência de 18 meses.