BC projeta deflação de 0,08% em junho, aponta relatório

Projeção revela um aumento de 0,29% em julho, 0,25% em agosto e 0,26% em setembro

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O mês de junho deverá fechar com um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentando deflação de 0,08%, passando para um aumento de 0,29% em julho, 0,25% em agosto e 0,26% em setembro. A projeção consta do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo Banco Central nesta quinta-feira, 29 e, no caso de junho, leva em consideração estimativas mais baixas para alimentação no domicílio e bens industriais. No caso de bens, o principal vetor é o programa governamental de desconto em veículos, iniciado este mês.

Em 12 meses, a inflação cede 3,16% em junho, ainda refletindo as desonerações tributárias criadas no ano passado, mas atinge 5,38% em setembro, segundo os cálculos da autoridade monetária. “A medida, que dispõe sobre mecanismo de desconto patrocinado na aquisição de veículos, deve resultar em queda nos preços de automóveis em junho, com reversão parcial desse efeito nos meses seguintes.”

Segundo o BC, o cenário de referência até setembro apresenta variações baixas nos preços de alimentos, em linha com a sazonalidade favorável e com a evolução benigna dos preços de produtos agropecuários no atacado. Enquanto isso, entre os preços administrado, a gasolina deverá ser pressionada por mais uma etapa da reoneração dos impostos federais no início de julho, com compensação parcial da dissipação das altas observadas no trimestre anterior nos preços de produtos farmacêuticos, jogos de azar e tarifas de água e esgoto.

O BC, no documento, diz que espera a incorporação de variações menores em plano de saúde, tendo em vista o anúncio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de um limite máximo para reajuste de planos individuais e familiares regulamentados inferior ao autorizado no ano anterior.

Sobre os preços industriais, a autoridade monetária menciona que o panorama para os próximos meses depende dos efeitos da medida de descontos de veículos, que será renovada, conforme já anunciou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Há incerteza quanto a esses efeitos, tanto em relação ao impacto em junho, quanto à magnitude da sua reversão após o fim dos descontos patrocinados pelo governo”, disse o BC, completando que, excetuando-se a medida, o caminho é de desinflação para o grupo.