Um dia após a Polícia Civil anunciar que apura a conduta da delegada Patrícia Sanchotene Pacheco durante uma palestra no Colégio João XXIII, na zona Sul de Porto Alegre, a coordenadora do programa ‘Papo de Responsa RS’ negou as acusações de racismo feitas pela orientadora pedagógica da instituição, Letícia Araújo. À Rádio Guaíba, nesta quinta-feira, a policial classificou as alegações como sendo ‘cortina de fumaça’ para encobrir um suposto assédio sexual de um professor contra alunas, trazido à tona durante o evento.
Na última terça-feira, segundo a delegada, uma edição do programa que busca aproximar pautas policiais e alunos foi interrompida ‘abruptamente’ pela orientadora do colégio particular. Antes do encontro, ainda conforme a policial, funcionários a teriam alertado que demitiram um professor por assédio, em 2022, e que o tema poderia ‘surgir’.
“O verdadeiro motivo que fez a Letícia encerrar abruptamente o Papo de Responsa, foi porque uma aluna tinha pedido para eu falar sobre o assédio sexual de professores. No final, ela [aluna] e outros alunos e alunas vieram me agradecer e parabenizar pelos esclarecimentos”, declarou Sanchotene.
Contatados pela reportagem, funcionários do João XVIII corroboraram a versão dada pela orientadora ao jornal Zero Hora, alegando que a policial teria feito manifestações racistas. Eles afirmaram, no entanto, desconhecer supostos casos de assédio sexual que tenham ocorrido na instituição.
A delegada, além de negar as alegações, também destacou que vai processar os que a acusam de racismo. “Essa cortina de fumaça que estão tentando criar, se utilizando indevidamente de uma pauta tão importante, que é o combate ao preconceito racial, a qual sempre defendi, é muito grave […] estão me acusando da prática de um crime que não cometi, para encobrir omissões gravíssimas”, enfatizou.
De acordo com a diretoria do Colégio João XVIII, uma nota oficial sobre o ocorrido será divulgada entre esta noite e a manhã de sexta-feira.