CEEE Equatorial presta esclarecimentos na Câmara de Porto Alegre sobre impactos do ciclone

Três representantes da companhia responderam às críticas dos vereadores

Foto: Ricardo Giusti/CP

Representantes da CEEE Equatorial compareceram à Câmara de Porto Alegre, na sessão desta quarta-feira, para prestar esclarecimentos sobre os impactos do ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul no dia 16. Entre as principais contestações dos vereadores, a demora na retomada da energia; o atendimento ao cliente, considerado insuficiente; o quadro de funcionários, reduzido após a privatização da empresa, e o custo da conta de luz.

Executivo de manutenção da CEEE Equatorial, Felipe Werhmann disse que 460 equipes de campo trabalharam para o restabelecimento da energia elétrica e que, em 48 horas, mais de 90% da população teve o funcionamento reatado. “Considero a recomposição, frente ao volume de estragos, um sucesso”, afirmou, lembrando que 422 mil clientes tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido.

Contrária à privatização da companhia, a vereadora Mônica Leal (PP) destacou o serviço da CEEE Equatorial como “o pior que esse Estado poderia ter” e criticou a demora nos canais de atendimento da empresa. Já o executivo de relacionamento da concessionária, Alessandro Trindade afirmou que houve reforço da estrutura, com a ampliação de 35% no número de posições de atendimento durante o evento climático, mas que “por vezes congestionou”, complementando que não há canal de atendimento “que suporte tantas chamadas”.

Entre as bancadas de oposição, as maiores contestações foram relativas à privatização da companhia. Líder da oposição, Roberto Robaina (PSol) disse que “é um prejuízo atrás do outro”, complementado por Pedro Ruas (PSol) que falou que “quando o poder público atua, ele atua pelo povo”. A vereadora Biga Pereira (PCdoB) questionou os representantes sobre a diminuição do quadro de funcionários após a privatização.

Já Thiago Albrecht, vereador do Novo, minimizou os impactos da privatização, comentando que, em 2016, quando a empresa era estatal, ficou três dias sem luz, mesmo morando em uma área nobre da cidade. Albrecht ainda questionou os representantes da CEEE se “pedirão desculpas públicas” para quem paga os salários que recebem.

Com pouco mais de dez vereadores presentes no plenário, Julio Hofer, assessor de relações institucionais do grupo, respondeu aos questionamentos e informou que, após a concessão, a empresa abriu um Programa de Demissão Voluntária (PDV), com parte dos funcionários saindo, já que “esperavam a oportunidade”. Segundo Hofer, porém, o quadro atual já é 30% maior que o da pré-venda da companhia.

Chamando a atenção para a prevenção ao ciclone, a vereadora Fernanda Barth (Podemos) disse que “ou a Defesa Civil do Rio Grande do Sul subestimou o evento, ou os sistemas de monitoramento estão muito ultrapassados”. Hofer argumentou que “não estamos falando de qualquer assunto”, e destacou o evento como o maior do últimos 40 anos, o que ainda mantêm pendentes “aqueles casos mais difíceis de resolver”.