O encerramento do primeiro semestre do ano concentra uma desvalorização na cotação do dólar em uma dimensão que não se via há sete anos no mercado brasileiro. A moeda americana caiu dos R$ 5,23 com que começou o ano para R$ 4,76 nesta segunda-feira, 26, o menor patamar para o câmbio desde maio de 2022, com uma perda de 9,70%. Já o Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,62%, a 118.242,95 pontos, com um volume financeiro de R$ 19,6 bilhões.
Analistas consideram os resultados como um reflexo do que está por vir nesta terça-feira, 27, com a divulgação da Ata do Copom, pelo Banco Central, e o IPCA-15, pelo IBGE. Entre o dia 1º de janeiro e este dia 26, o dólar para venda, índice de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro calculado pelo Banco Central. Este é o maior declínio para um primeiro semestre desde 2016, quando a cotação caiu 17,80%.
No final de 2022, logo após as eleições, pesquisas indicavam que gestores, estrategistas e economistas viam o dólar acima dos R$ 5,40 em 2023. Em março, uma enquete dizia que o dólar ultrapassaria os R$ 5,30, enquanto o Relatório Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, projetou a taxa de câmbio para o fim de 2023 em R$ 5.
A queda do Ibovespa vem após o indicador acumular até a última sexta-feira um ganho de quase 10% em junho, em boa parte apoiado no fluxo de capital externo para as ações brasileiras, que está positivo em R$ 6,87 bilhões no m.ês até o dia 22