Tem tudo para ser uma super terça-feira. Alvo de duras críticas de empresários, economistas e do Governo Federal, o Banco Central divulga nesta terça-feira, 27, a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) com as justificativas para a manutenção da taxa de juros básicos em 13,75% ao ano. Há uma expectativa que o documento consiga traçar parâmetros para os próximos meses com sinalização de redução da taxa.
Também está prevista a divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do IPCA-15, considerada uma prévia da inflação do mês de junho. De acordo com projeções dos economistas do mercado financeiro, a expectativa é que o indicador parcial do mês suba algo entre 0,02% e 0,04%, e com isso acumule alta entre 3,38% e 3,40% em 12 meses. Se confirmado, o nível será o menor desde setembro de 2020.
Os desempenhos são projetados a partir da deflação da gasolina, dos alimentos e de bens industriais. Além disso, o fim do efeito do reajuste de medicamentos deve ajudar na desaceleração mensal. O segmento de serviços, por outro lado, deve evitar uma queda maior do índice cheio.
Estes deverão ser elementos suficientes para agitar ainda mais a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que acontece na quinta-feira, 29, para debater meta de inflação de 2024 e 2025, com desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que elas sejam alteradas para cima. Uma das possibilidades é mudar o modelo de prazo para se atingi-la, como meta contínua e não ano-calendário.
No CMN, Haddad terá o apoio da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que também está cobrando uma redução da taxa de juros. O terceiro integrante do conselho é o do presidente do BC, que é contra a mudança da meta.
