Ata do Copom condiciona queda dos juros à redução da inflação

Participantes demonstraram divergência em torno do grau de sinalização sobre os próximos passos

Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelo presidente e diretores do Banco Central, avaliou que a continuidade da queda da inflação, e seu impacto sobre as expectativas, pode possibilitar uma queda dos juros no começo de agosto. Entretanto, seus participantes demonstraram divergência em torno do grau de sinalização sobre os próximos passos a serem dados pelo colegiado nas reuniões à frente. A opinião predominante foi que já haveria confiança suficiente, a partir dos últimos dados, para um sinal de “um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

A informação consta na ata de sua última reunião, realizada na semana passada, quando a taxa Selic foi mantida estável em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos e meio. O grupo mais cauteloso, enfatizou que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes voláteis e que a incerteza gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário já implementado.

“Entretanto, os membros do Comitê foram unânimes em concordar que os passos futuros da política monetária dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”

No texto da Ata, o BC afirmou que o processo desinflacionário no País ainda está em um estágio que demanda serenidade e paciência na condução da política monetária. “As expectativas de inflação seguem desancoradas das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), embora tenha ocorrido uma pequena diminuição da desancoragem na margem”, afirmou o documento.

O documento indicou que a projeção para o IPCA de 2024, ano em que o BC trabalha para alcançar a convergência da inflação para a meta, está em 3,4% no cenário de referência. Para 2023, a projeção para o IPCA está em 5,0%.