A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) informações referentes ao inquérito sobre fraudes na compra de kits de robótica, em Alagoas, após suspeitar do suposto envolvimento no esquema do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que conta com foro privilegiado. A Corte vai decidir se dá continuidade às investigações ou se devolve a ação à 2ª Vara Federal de Alagoas.
O envio ao STF ocorreu após a PF encontrar uma tabela com descrição de repasses para “Arthur”. A corporação identificou o documento na casa do ex-assessor de Lira, Luciano Cavalcante, um dos alvos da operação.
Ao R7, a assessoria de imprensa do deputado negou as acusações. “Toda movimentação financeira e pagamentos de despesas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal”, mencionou, em nota.
Relembre o caso
Em 1º de junho, Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira lotado na liderança do PP, virou alvo de uma operação da PF contra um grupo suspeito de fraudar R$ 8,1 milhões em licitação e lavagem de dinheiro. Ele acabou exonerado do cargo quatro dias depois.
Durante a operação, os agentes apreenderam, na casa de um policial civil, uma mala com dinheiro supostamente destinado a Cavalcante. Além disso, a PF apreendeu cerca de R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo na casa de um dos alvos.
Os agentes cumpriram dois mandados de prisão temporária em Brasília e 27 mandados judiciais de busca e apreensão em Maceió, oito na capital federal, um em Gravatá (PE), um em São Carlos (SP) e um em Goiânia.