As expectativas da inflação brasileira para 2023 vão estar no centro das atenções nesta semana. O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na próxima quinta-feira, 29, para debater os rumos da política monetária no país. A relevância da decisão está no fato do debate sobre a estratégia futura do Banco Central sobre os juros, que dependerá das decisões tomadas sobre as metas de inflação.
Desde o começo do seu governo, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernanda Haddad e integrantes da equipe econômica têm defendido uma redefinição da meta de inflação para 2023. Formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, as metas de inflação são discutidas nas reuniões de junho. Neste ano, por exemplo, estava prevista a indicação para 2026 e, adicionalmente, rediscutir os objetivos definidos previamente para 2024 e 2025. Atualmente, as metas são 3,25% neste ano e 3% em 2024 e 2025, com intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Haddad tem dito que a atual conjuntura abre a oportunidade da discussão. Campos Neto, no entanto, tem revelado um tom mais conservador na discussão. “O que a gente percebe é que as mudanças, quando são feitas para ganhar eficiência, esse ganho é atingido de forma mais fácil quando você está em um ambiente de calmaria e com a inflação dentro da meta. Quando está fora da meta e muda alguma coisa no sistema, pode, não sei se vai ser o caso, ter uma interpretação de que pode ter sido feito para ganhar flexibilidade, e isso historicamente tem um valor esperado negativo”, afirmou recentemente.
Os economistas do mercado financeiro reduziram, pela sexta semana consecutiva, a estimativa de inflação para 2023, de 5,12% para 5,06% ao mesmo tempo em que passaram a estimar novo crescimento do nível de atividade da economia brasileira. As informações constam do Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 26, pelo Banco Central.