O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira, que “não é justo” dizer que ele “atacou a democracia” ao reunir embaixadores em Brasília para deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. O comentário se deu na véspera da retomada do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para esta terça-feira, que pode tornar o ex-presidente inelegível por causa do episódio.
“Sabemos o que está acontecendo. É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar ‘atacou a democracia’”, afirmou o ex-presidente após reunião com parlamentares e lideranças do PL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
A ação no TSE avalia o suposto desvio de finalidade da reunião que Bolsonaro teve com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Para a acusação, o ex-presidente atacou a integridade do processo eleitoral, especialmente disseminando “desordem informacional” relativa ao sistema eletrônico de votação.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro pela conduta dele no encontro com os diplomatas alegando que o discurso de desconfiança sobre as eleições afetou a convicção de parte da população brasileira a respeito da legitimidade dos resultados das urnas.
O ex-presidente também disse que não se considera “insubstituível”, mas afirmou que ainda é o nome com mais apelo popular na legenda. “Tem gente aqui que é mais competente do que eu, mas não tem quem tenha mais conhecimento nacional do que eu. Graças a Deus, tenho o carinho de boa parte da população”, completou Bolsonaro.
A reunião na Alesp integrou a estratégia do PL de atrair filiados para a legenda, mirando as eleições municipais de 2024. Participaram da conversa 19 deputados estaduais e 17 deputados federais, além do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto.
