A Brigada Militar prendeu, em flagrante, nesta sexta-feira, um agressor com tornozeleira eletrônica que descumpriu o perímetro delimitado pela Justiça dentro do projeto Monitoramento do Agressor, em Canoas, na região Metropolitana.
Conforme a polícia, mesmo após a vibração da tornozeleira informar a aproximação e o contato policial determinar o afastamento dele da área, o homem permaneceu no local. Ele recebeu voz de prisão por descumprimento de Medida Protetiva de Urgência (MPU). A BM não identifica as partes envolvidas para garantir a segurança da vítima.
A diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher e titular da 1ª Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), delegada Cristiane Ramos, espera que mais mulheres sejam incentivadas a romper o silêncio.
“Essa prisão é resultado de um empenho, canalizado pela Polícia Civil e Brigada Militar, dentro do projeto de Monitoramento do Agressor. Além de mais segurança às vítimas, esperamos incentivar mais mulheres em situação de violência a romper o silêncio e buscar ajuda das forças de segurança”, declarou.
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, ressaltou que as equipes vêm trabalhando de forma ininterrupta na vigilância e monitoramento dos agressores com tornozeleira. “Vamos seguir atuando em várias frentes para combater os crimes de feminicídio no Rio Grande do Sul”, reforçou.
Desde que a Secretaria iniciou a operação do sistema, em junho deste ano, sete homens passaram a ser monitorados pelo Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI) da Pasta.
O equipamento de prevenção a feminicídios garante o rastreamento dos passos de agressores para evitar que se aproximem de vítimas amparadas por medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha.
Entenda como funciona o equipamento
Após a instalação da tornozeleira no agressor, a vítima recebe um celular com um aplicativo interligado ao sistema de monitoramento dedicado exclusivamente a essa finalidade. Em caso de aproximação, o equipamento emite um alerta. Se o agressor não recuar e ultrapassar o raio de distanciamento determinado pela medida protetiva, o aplicativo mostra um mapa em tempo real e alerta novamente a vítima e a central de monitoramento. Após esse segundo alerta, a guarnição da Brigada Militar mais próxima vai ao local. A zona de exclusão determinada pelo Judiciário fica mantida em sigilo.
O aplicativo é programado para não ser desinstalado, além de permitir o cadastro de familiares e pessoas de confiança com as quais a vítima possa estabelecer contato em caso de urgência. De forma gradual, 2 mil kits de equipamentos entrarão em operação. Porto Alegre e Canoas iniciaram o serviço, que vai ser expandido para os demais municípios do Rio Grande do Sul.