A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) divulgou, na noite desta quinta-feira, o relatório elaborado pela Emater sobre os efeitos do ciclone extratropical de sexta-feira passada para a produção rural gaúcha.
O material expõe perdas relacionadas a infraestrutura, produção primária, agroindústrias e cooperativas agropecuárias do litoral Norte, Serra, região Metropolitana e vales, além de apresentar um panorama da situação dos povos e comunidades tradicionais que vivem nessas regiões.
Em relação à infraestrutura, 4.094,20 quilômetros de estradas vicinais foram afetados e 291 comunidades enfrentaram problemas de escoamento da produção. O número de produtores que tiveram as construções e instalações afetadas chega a 1.595.
A região prejudicada pelo ciclone produz hortifrutigranjeiros, mas também ocorreram danos às lavouras de grãos e às atividades pecuárias, como avicultura, bovinocultura e suinocultura.
As principais culturas de grãos afetadas foram milho e milho silagem e, em segundo plano, feijão de 2ª safra. Ao todo, 306 produtores sofreram perdas na produção de grãos.
Em relação à fruticultura, as lavouras mais prejudicadas foram a da banana, nas encostas da Serra do Mar, e a citricultura, nas regiões dos Vales. Nesse segmento, 2.471 produtores tiveram perdas na produção.
Na olericultura, houve danos significativos principalmente nas culturas de folhosas e leguminosas, com 1.804 produtores de hortaliças relatando impacto.
A atividade pecuária na região afetada, predominantemente conduzida por propriedades de agricultura familiar, também perdeu. Além do campo nativo, esses criadores dependem de cultivos de plantas forrageiras para suprir as necessidades alimentares do rebanho. As perdas nas pastagens terão impacto direto na produção de leite e de carne nos meses posteriores. A Emater também revela que 111 propriedades perderam animais ou a criação durante o ciclone.
Em relação às famílias indígenas, o relatório mostra que, além das perdas na infraestrutura, também houve impacto direto na produção, sobretudo nos plantios de mandioca e na criação de pequenos animais, como suínos e aves.
Em volume de recursos, as maiores perdas no campo foram estimadas em Maquiné, no litoral Norte, de R$ 52,2 milhões; seguido de Caraá, com R$ 16,3 milhões.