Alckmin: ‘Nada pior para a questão fiscal do que uma Selic desnecessariamente elevada’

Presidente em exercício criticou a manutenção, pela sétima vez seguida, da taxa básica de juros em 13,75% pelo Banco Central

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), criticou nesta quinta-feira a manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 13,75% pela sétima vez seguida. De acordo com ele, além de prejudicar a atividade econômica, inibir o investimento, dificultar o comércio e causar prejuízo à indústria, a decisão do Banco Central gera impacto no gasto público. “Quase metade da dívida pública brasileira é ‘selicada’. Então, cada 1% da taxa Selic custa R$ 38 bilhões. Não há nada pior que uma Selic desnecessariamente elevada,” afirmou.

A Selic é o principal instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação no país. O patamar atual é o maior desde o início da série histórica, em 2017. A taxa fica vigente por ao menos mais 45 dias, quando os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) voltarão a se encontrar para discutir a política econômica nacional.

Para o presidente em exercício, é difícil entender as razões pelas quais o órgão manteve a taxa de juros nesse patamar. “Em 2020, a inflação era maior — hoje está em 3,9%. A inflação [em 2020] era um pouco acima de 4%, e a taxa Selic era de 2%. Tinha juro negativo de 2%. Inflação de 4%, taxa Selic de 2%. É claro que em determinados momentos você tem que subir. O problema é manter por tanto tempo”, questionou.

Nesta quinta-feira, houve alta das taxas dos contratos futuros de juros no Brasil. Isso porque o Banco Central não sinalizou claramente, no comunicado do dia anterior, a intenção de cortar a Selic em agosto.