MPRS apura cobrança de atendimentos pelo SUS em hospital de Sobradinho

Alvo de operação são dois médicos, duas ex-funcionárias da casa de saúde e dois ex-administradores da instituição

Foto: Ministério Público do Rio Grande do Sul/Divulgação

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) desencadeou a operação Falsità nesta quarta-feira nos municípios de Sobradinho e Segredo. A ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Sobradinho teve apoio da Brigada Militar através do 2º Batalhão de Polícia de Choque (2º BPChq).

A investigação começou em setembro do ano passado e apura a conduta de profissionais de um hospital de Sobradinho. Conforme o MPRS, eles trabalharam a partir de 2019 na instituição e são suspeitos de cobrarem por atendimentos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os alvos das ordens judiciais são dois médicos, duas ex-funcionárias da casa de saúde e dois ex-administradores do hospital. Eles são investigados por concussão, falsidade ideológica, associação criminosa e crimes contra a ordem tributária. Houve o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos no hospital, em duas clínicas, em dois escritórios de contabilidade e em seis residências.

Conforme o coordenador do Gaeco, André Luis Dal Molin Flores, e o promotor de Justiça Renan Loss, que coordenam a operação, os médicos se valiam de contas bancárias das duas funcionárias do hospital para receberem valores indevidamente cobrados de pacientes atendidos pelo SUS. As duas servidoras, inclusive, tinham direito a uma espécie de comissão por realizarem as cobranças ilegais e destinarem os valores aos médicos.

Segundo a investigação do MPRS, essas cobranças eram realizadas com a anuência de dois administradores do hospital à época. O promotor de Justiça João Afonso Silva Beltrame também atua na ofensiva.