Mais um ato público, reivindicando reajuste salarial maior que o oferecido, entre outros itens, ocorreu no fim da tarde desta terça-feira, em frente do Centro Administrativo da Prefeitura, no centro da capital. Coordenado pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), o evento reuniu dezenas de servidores, que bloquearam a rua João Manoel.
O diretor-geral do Simpa, João Ezequiel, lembrou que a categoria aprovou de forma unânime, em assembleia geral, uma contraproposta ao plano da prefeitura. “Elaboramos a proposta que segue na mesa de governo. Ela apresenta um reajuste de 11,25% e o restante a ser pago até 2025. É o mesmo percentual que os colegas da Câmara Municipal receberam, de forma legitima e merecida, em uma parcela. É justo que o governo Melo conceda ao menos esse percentual”, declarou Ezequiel.
A proposta apresentada pela prefeitura de Porto Alegre prevê uma reposição salarial de 5,79% parcelada em três vezes até outubro, e um aumento de 10% no vale-alimentação.
A diretora Cindi Sandri afirmou que existem servidores ganhando menos do que o salário-base e que a contraproposta vai muito além do reajuste salarial. “A prefeitura está negando condições de trabalho e salário justo. Insistimos na mesa de negociação para que o prefeito converse com a categoria. A nossa proposta não passa somente pelo reajuste da inflação, mas também a questão do plano de saúde. Há muitos servidores com problemas gravíssimos com o Centro Clínico Gaúcho”, ressaltou.
Dividiram o microfone do ato servidores que pautaram questões de saúde e educação. A categoria aponta que o ensino municipal passa por desmonte e que a crise na pasta vinha sendo há tempos alertada. Os municipários criticaram a nomeação do vice-prefeito Ricardo Gomes como secretário interino da Secretaria Municipal de Educação (Smed), após o pedido de exoneração da titular da Pasta, Sônia da Rosa. Sobre a área da saúde, afirmaram que o atendimento está sucateado, citando como exemplo o Hospital de Pronto Socorro e o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas.
Relembre
Dois dias depois da assembleia geral, em 15 de junho, o Simpa esteve reunido com o secretário de Administração e Patrimônio, André Barbosa, para mais uma reunião de negociação sobre a pauta de reivindicações da data-base 2023. Barbosa apresentou como proposta a manutenção do índice dos 5,79% de reposição salarial, reduzindo o parcelamento para três vezes, sendo a primeira parcela (2,5%, retroativo ao mês de maio), a segunda em agosto (1,8%) e o restante em outubro (1,385%). E também manteve o reajuste de 10% no vale-alimentação, retroativo ao mês de maio.
O Simpa reafirmou a necessidade do pagamento de 11,25% retroativo a maio e reforçou que existe capacidade financeira para isso. A categoria aguarda uma nova reunião de negociação com a presença do prefeito. A próxima assembleia está prevista para o dia 27.