O diretor de Programas do Greenpeace Brasil, Leandro Ramos, esteve em Porto Alegre para participar do seminário “Mudanças Climáticas e suas consequências”, realizado nesta terça-feira no Teatro da Unisinos, em Porto Alegre. Organizado pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), o evento comemora o aniversário de 81 anos da entidade e trouxe palestrantes de renome para debater o tema.
De acordo com Leandro Ramos, duas são as bandeiras mais importantes do Greenpeace no país: evitar o alastramento do desmatamento na Amazônia e pressionar o governo, em todas as esferas, para criar políticas públicas que impactem a sociedade em uma escala maior.
“Muita gente pergunta o que eu posso fazer como cidadão, como indivíduo, e tem um bocado de coisas que podemos fazer, mas a escala desse problema demanda uma resposta que é coletiva, que é sistêmica, que é complexa e que tem que ser urgente, e nesse grau não é justo a gente colocar essa responsabilidade em cima do indivíduo, essa resposta precisa vir dos nossos governantes, com a nossa pressão, é claro”, reforça Ramos.
O presidente do Senge-RS, Cézar Henrique Ferreira, salientou que a entidade promove dois eventos ao ano e que a pauta do meio-ambiente é recorrente. O objetivo é trazer à tona esse tema, provocar reflexões e sugerir soluções.
“A ideia é que a gente possa ajudar na construção de medidas que mitiguem os problemas. A gente tem que mudar a forma da sociedade evoluir, isso é óbvio, produzir com tecnologias que impactem menos, ou não impactem, mudar nossa matriz energética, e outras coisas. Mas também é necessário a gente se precaver para esses efeitos que vão acontecer. Mesmo que se mude, os efeitos vão continuar acontecendo por muito tempo, então a gente tem que se precaver. O óbvio seria não permitir que as pessoas construissem suas casas em locais onde a gente sabe que vão acontecer problemas nessa ordem”, avalia, sobre deslizamentos de terra, por exemplo.
Palestraram também no evento a coordenadora científica da Associação de Pesquisadores Polares no Brasil e pioneira nos estudos sobre paleoincêndios da Antártica, Joseline Manfroi, o coordenador-geral de Ciências da Terra (CGCT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilvan Sampaio, além do cientista explorador polar, pioneiro da Glaciologia no Brasil, membro da Academia Brasileira de Ciências, professor titular de Geografia Polar e Glaciologia da Ufrgs e professor colaborador do Climate Change Institute, University of Maine (EUA), Jefferson Cardia Simões.