Uma comitiva formada pelo governador Eduardo Leite e pelos ministros Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação, vistoriou, na manhã deste sábado, regiões gaúchas atingidas pelo ciclone extratropical entre quinta-feira e ontem. Depois de passarem pelo município de Caraá, no litoral Norte, as autoridades visitaram São Leopoldo, onde foram recebidos pelo prefeito Ary Vanazzi – que decretou situação de calamidade pública.
Vanazzi classificou a situação como sem precedentes na história da cidade e determinou que todas as equipes se mantenham em alerta para atender a população. “Tivemos um cenário dramático em toda a região. Foi muita chuva e nenhum sistema de drenagem no mundo seria capaz de dar conta desse volume de água”, disse.
O governador Eduardo Leite afirmou que estuda com o governo federal algum programa emergencial de ajuda a famílias com perdas materiais após a passagem do ciclone no Rio Grande do Sul. O chefe do Executivo estadual determinou um levantamento para identificar em quais municípios residem as famílias em situação de vulnerabilidade de modo a efetuar a ajuda. Leite orientou a realização de uma reunião entre os órgãos de Defesa Civil e prefeituras, nesta segunda-feira, para discutir os planos de trabalho no socorro às vítimas e rescaldo dos danos da tragédia. O governador também vai a Brasília, na próxima semana, para intensificar as articulações.
Para a realização do programa “rápido”, como definiu o governador, é analisada a possibilidade de ele ser intermediado pelo Bolsa Família ou pelo Cartão Cidadão. Eduardo Leite ressaltou que o governo federal está mobilizado em ajudar o RS. O boletim da Defesa Civil Estadual, no fim da tarde deste sábado, indicou 2.330 desabrigados e 602 desalojados.
Paulo Pimenta destacou que a gestão atual do governo federal vai estar sempre presente em momentos necessários como este. “A partir de amanhã (este domingo) equipes técnicas da Defesa Civil já estarão no Estado para ajudar os municípios na elaboração dos planos de trabalho, que serão fundamentais para que os recursos sejam liberados”, explicou o ministro da Secretaria de Comunicação. Segundo ele, as verbas serão destinadas de acordo com a necessidade de cada região. “Quanto mais rápidos forem desenvolvidos estes planos de trabalho e em conformidade com as exigências, mais rápidos estes recursos chegarão”, enfatizou.
O ministro Waldez Góes destacou que a “empregabilidade da força civil e militar nos contextos municipal, estadual e federal” vai seguir ocorrendode acordo com os problemas de cada cidade. Ele lembrou que há no país, ainda, muitas pessoas vivendo em áreas de risco e que esse cenário precisa ser analisado. “Aliado a isso, temos o agravamento das mudanças climáticas. O El Niño indica aumentar em 50% as chuvas na região Sul”, recordou.
Após a visita ao RS, os ministros se dirigiram a Santa Catarina, que também sofreu impactos do ciclone extratropical iniciado na última quinta-feira.