Todos os prefeitos gaúchos ouvidos, na tarde desta sexta-feira, pela reportagem da Rádio Guaíba afirmaram ter decretado ou disseram que vão decretar estado de calamidade pública ou situação de emergência, até este sábado, em razão da passagem do ciclone extratropical que deixou mortos, desaparecidos e um rastro de destruição.
São Leopoldo, no Vale dos Sinos, uma das regiões mais atingidas, teve cerca de 50 mil pessoas impactadas pelo temporal, sendo 400 desabrigadas e encaminhadas ao Ginásio Municipal. Elas recebem atendimento da prefeitura e doações da população. O município também registrou dois óbitos, sendo um por descarga elétrica e outro porque a vítima teve o veículo arrastado ao tentar cruzar uma ponte. O prefeito Ary Vanazzi reforça ter sido o pior temporal já registrado na cidade, e solicita doações.
Em Sapiranga, 118 pessoas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas ao ginásio municipal, a escolas e igrejas, onde recebem colchões, cobertores e produtos de higiene por meio de doações da comunidade. No início do ciclone, ainda durante a noite desta quinta-feira, 12 pacientes da UPA do município tiveram de ser remanejados porque o local ficou totalmente alagado, conforme relata a prefeita de Sapiranga, Carina Nath.
Em Morrinhos do Sul, no litoral Norte, houve o desabamento de uma ponte na ERS 494, obrigando os veículos a fazerem um desvio e ingressarem na cidade Santa Catarina, conforme explica o prefeito Marcos da Silveira.
Ainda no litoral, desde a noite dessa quinta equipes da prefeitura de Capão da Canoa atuaram para minimizar os impactos do ciclone. Uma força tarefa atende as emergências e, por enquanto, não há pessoas fora de casa. Quem relata é o secretário de Coordenação de Distritos do município, Itamar Trombetta.
Em Santo Antônio da Patrulha, o prefeito Rodrigo Massulo relata que o município está praticamente ilhado, inclusive com um carro que entrou na cratera da ponte danificada na RS 474, que liga a cidade à FreeWay. O levantamento do número total de desabrigados está sendo feito durante a tarde desta sexta, mas Massulo salienta ter sido o pior ciclone que passou pela região.
Em Maquiné, o trabalho da força-tarefa para minimizar os impactos do município enfrenta bastante dificuldade em função da chuva que ainda atinge a região. Além de 50 famílias desabrigadas, existem mais 200 famílias ilhadas, sem acesso nem mesmo por barco, conforme relata o prefeito João Carlos Bassani.
Em Venâncio Aires, uma equipe também trabalha incessantemente para conseguir fazer um diagnóstico do impacto do ciclone na população, como expõe o prefeito Jarbas da Rosa.