Aumenta o percentual de famílias com contas em atraso, diz Fecomércio-RS

Nível de endividamento revela uma mudança de percepção no nível de endividamento das famílias

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O percentual de famílias endividadas atingiu 91,9% em maio deste ano, o mesmo verificado na edição de abril. Já o percentual de famílias com contas em atraso registrou 40,9% e apresentou leve aumento frente comparado com abril (40,5%) e maio do ano passado (39,2%). Os dados foram divulgados pela Fecomércio-RS na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores gaúchos (PEIC-RS), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte de suas dívidas em atraso nos próximos 30 dias foi de 2,1%, superior ao de mês anterior, a primeira alta desde junho de 2022. Os dados de nível de endividamento revelam uma mudança de percepção no nível de endividamento das famílias.

Na comparação com maio de 2022 o percentual de “muito endividados” foi de 24,7% para 28,2%. No mesmo período, os que se dizem “pouco endividados” cresceram de 29,3% para 38,7%. Já os “mais ou menos endividados” tiveram uma redução acentuada de 40,4% para 25,0%.

CENÁRIO

Isso mostra que muitas famílias melhoram sua situação de endividamento, porém também há aquelas que pioraram. Mas é interessante notar que não são apenas aquelas que se consideram muito endividadas que tem problema em se manterem adimplentes (o percentual de famílias com contas em atraso está em 40,9%).

A novidade desta edição ficou por conta do aumento no percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte das suas dívidas em atraso dentro dos próximos trinta dias. Esse percentual segue baixo para termos históricos (2,1%), mas não percebia aumento marginal desde junho de 2022.

“A conjuntura de inflação elevada nos últimos tempos pressionou muito o orçamento das famílias, especialmente as mais pobres. Ainda que a inflação esteja dando sinais de trégua, o orçamento das famílias segue apertado, o que faz com que muitos escolham entre financiar o consumo corrente ou pagar uma dívida feita no passado. Nesse cenário, a inadimplência é uma consequência que não gera surpresa”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. “Nessa conjuntura é fundamental que lojistas tenham muita atenção ao vender a prazo nos casos em que a loja financia o consumidor com crediário próprio”, completou o presidente.