O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, estima que a inflação de junho medida pela IPCA terá um resultado negativo e vai retomar sua trajetória de alta lentamente, terminando o ano em elevação. “Vai ter meses entre 0,4% e 0,5% no fim do ano, o que vai fazer com que a inflação no ano fique mais ou menos entre 4,5% e 5%, mais perto de 4,5%, isso é uma melhora em relação ao que esperávamos, mas uma melhora lenta”, disse o presidente da autoridade monetária.
A projeção surge poucos dias antes da reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom), programada para os dias 20 e 21 de junho, pressionando os participantes ainda mais pelo início do processo de redução da Taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano. A estimativa serve ainda para ser comparada com as taxas de deflação registradas em julho, agosto e setembro do ano passado.
Entretanto, a projeção de Campos se difere das expectativas de agentes do mercado financeiro. No relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, economistas esperam que o índice de preços termine o ano em 5,42%, mas fica dentro do intervalo permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,5%.
Campos destacou, ainda, que há “surpresas boas na atividade e na inflação ao mesmo tempo”. Segundo ele, um pedaço relevante do PIB do primeiro trimestre veio da agricultura, “mas serviços veio forte também”. O presidente do BC ressaltou que comércio e indústria começaram a mostrar melhora.