Comerciantes do Camelódromo protestam por cumprimento da Lei

De forma ordeira e pacífica, cerca de 50 lojistas cobraram ações da Prefeitura contra os vendedores ambulantes

Foto: Duda Fortes / Correio do Povo

A reportagem da Rádio Guaíba esteve na manhã desta terça-feira (13) no protesto organizado pelos lojistas do PopCenter, também conhecido como Camelódromo, no Centro Histórico de Porto Alegre. Com o objetivo de chamar a atenção do poder público pela aplicação da Lei 10.605/2008, a manifestação reuniu cerca de 50 integrantes, que de forma ordeira e pacífica, por cerca de 20 minutos, ocuparam a entrada principal do local.

O que muitos proprietários de lojas do PopCenter alegam, é que a concorrência é desleal com os vendedores ambulantes e que a fiscalização é praticamente inexistente por parte da Prefeitura. Alguns chegaram a inclusive lembrar que na época da criação da lei, houve um prazo de 24 horas para eles saírem das ruas. Na ocasião, os antigos ambulantes foram removidos das imediações da Praça XV de Novembro e realocados na nova estrutura.

Salete de Jesus, presente no movimento, é proprietária de uma loja de roupas no Camelódromo e conversou com a reportagem sobre justamente essa exigência feita na ocasião. Para ela, hoje não existe o mesmo rigor com quem ocupa informalmente as ruas. “Assim como foi pra nós, tem que ser para todos. Que as pessoas viessem aqui pra dentro, porque foi uma promessa, de que nas ruas não teriam mais camelôs”, ressaltou cobrando a aplicação da lei.

Gilberto de Araújo, proprietário de cinco lojas no Pop Center, acredita que não é atrativo para um ambulante deixar as ruas para ter uma loja no centro de compras situado na Praça Rui Barbosa. “Eu quando vim pra cá registrei uma firma, pago todos meus tributos e tenho os aluguéis aqui. Já o pessoal da rua não tem esse ônus, então a concorrência fica desleal”, segundo ele.

A nossa reportagem apurou também que no local existem 800 lojas, estando 600 hoje ocupadas, havendo, portanto, 200 disponíveis. Os lojistas do Pop Center presentes no protesto alegam que diversas vezes foi tentado contato com a Prefeitura e que não houve retorno por parte do poder público. Segundo eles, muitas vezes nem atendidos foram.