Presidente da Comissão Europeia assegura 20 milhões de euros para Fundo Amazônia

Ursula von der Leyen se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto

Foto: Ricardo Stuckert/R7

Após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta segunda-feira a doação de 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia. Ela afirmou que espera ver concluído até o final do ano o acordo entre União Europeia e Mercosul. Já Lula expôs as preocupações brasileiras com os europeus, como a possibilidade de sanção contra eventual descumprimento da negociação.

“A União Europeia já é o principal investidor na região e é um grande prazer anunciar que vamos aumentar esse investimento… Queremos contribuir com 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia. Também os estados-membros deverão contribuir”, afirmou Ursula.

A alemã informou ainda que a União Europeia vai investir 2 bilhões de euros para produção de hidrogênio verde no Brasil, sem dar mais detalhes.

Acordo Mercosul-UE
Ursula discutiu com Lula o acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Negociado desde 1999, o acordo se encontra atualmente em fase de revisão, mas há entraves na questão ambiental. Durante coletiva de imprensa, a presidente da Comissão Europeia disse que espera vê-lo concluído até o final deste ano.

“É chegada a hora de concluir o acordo. Temos uma ambição de terminá-lo o quanto antes, o mais tardar até o final do ano. E eu acredito que há grandes vantagens para ambos os lados. Vai criar condições corretas para que flua o investimento, vai respaldar a reindustrialização do Brasil, além de integrar as nossas cadeias de suprimento e aumentar a competitividade de nossas indústrias, criando bons empregos no Brasil”, disse Ursula.

“É uma plataforma para diálogo, engajamento de longo prazo, e mandamos uma carta com instrumento adicional e aguardamos com paciência a sua resposta. Nós somos parceiros estratégicos e temos que trabalhar juntos para enfrentar desafios globais, que também incluem a guerra da Ucrânia”, complementou.

Já Lula afirmou que expôs à alemã as “preocupações do Brasil com o instrumento adicional” apresentado pela União Europeia em março deste ano, que, segundo o presidente brasileiro, amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento.

“A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções. Em paralelo, a União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil. Reiterei o desejo do meu governo de construir uma agenda bilateral positiva. Com cooperação ativa, podemos abrir horizontes benéficos em diversas áreas”, argumentou Lula.