Deputado que disse merecer prisão por apoiar atos em quartéis pede ao STF para não ser preso

Defesa de Amauri Ribeiro alegou que fala foi retirada de contexto e ocorreu durante o exercício parlamentar, o que daria imunidade

Foto: Redes Sociais / Reprodução

O deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil-GO) entrou com uma manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a rejeição de eventual pedido de prisão preventiva contra ele após a repercussão de um discurso em que ele afirma que deveria ser preso, admitindo ter feito doações para os acampamentos de extremistas contrários ao resultado das eleições de 2022.

“É preciso ressaltar que a fala do parlamentar foi completamente tirada de contexto”, diz a defesa de Ribeiro no pedido direcionado ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos que investigam os participantes e financiadores dos atos que levaram aos atos de depredação em 8 de janeiro quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Na manifestação, a defesa também sustenta que a fala de Ribeiro ocorreu durante o exercício parlamentar, o que dá imunidade, como previsto pela Constituição. O pedido ocorre em meio à repercussão de um possível pedido de prisão por parte da Polícia Federal contra o deputado por causa das falas.

Na última terça-feira (6), ao rebater parlamentares da bancada do PT, o deputado da oposição do atual governo disse ter contribuído com quem estava reunido no Quartel do Exército em Goiânia (GO), onde também acampou.

“Ajudei a bancar quem estava lá. Mande me prender. Eu sou um bandido, um terrorista, um canalha na visão de vocês. Ajudei, levei comida, água, dei dinheiro”, declarou o deputado estadual, no plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

Ribeiro disse não considerar bandidos os que estavam acampados na porta do quartel em Goiânia. “Considero vândalos, bandidos e delinquentes os que participaram das depredações ocorridas em 8 de janeiro deste ano”, diferenciou.

Após a repercussão, a assessoria do parlamentar afirmou ao R7 que as “falas foram retiradas de contexto com o claro e evidente objetivo de associar sua imagem aos atos criminosos que aconteceram em Brasília”.

Quem é Amauri Ribeiro

De acordo com informações do portal da Alego, Ribeiro é natural de Trindade (GO) e foi para Pirancajuba (GO) aos 10 anos. Trabalhou na roça durante a infância e parte da juventude, atuando como vaqueiro, peão, tirador de leite e inseminador bovino. Com ensino superior incompleto, o deputado se declara agropecuarista. Entrou na política em 2008, quando foi eleito vereador por Piracanjuba. Em 2012, elegeu-se prefeito do município. É deputaod estadual desde 2018.

Atos extremistas

Do total de detidos após os atos extremistas de 8 de janeiro, 253 continuam presos. Desse total, 186 são homens, e 67, mulheres. No total, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 1.390 pessoas. Quem já foi liberado é monitorado por meio de tornozeleira eletrônica. Os prejuízos dos atos somam R$ 26,2 milhões.