Dizem que o brasileiro vive de esperança. E é este o caso dos efeitos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 7, e suas consequentes expectativas positivas. E, por consequência, transfere responsabilidades para os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne nos dias 20 e 21 de junho para traçar os próximos passos da Taxa Selic.
Mas, sempre há a possibilidade da autoridade monetária manter o discurso e deixar o corte na taxa de juros para o mês de agosto. Os indicativos deverão estar contidos no comunicado final da reunião e na ata do encontro que será divulgado na semana seguinte. Os dados do IPCA de maio indicam que o acumulado em 12 meses até o mês passado soma 3,94%, abaixo portanto dos 4,18% que eram calculados em abril.
Segundo a MCM Consultores, a média de cinco núcleos da inflação passou de 7,31% para 6,72%, números que trazem relevância para os técnicos do Banco Central. Uma prova disso foi a declaração do diretor de política econômica do Banco Central, Diogo Guillen, ao destacar que os núcleos continuavam pelo menos em patamar mais resiliente.
Some-se a isso, o desempenho da média móvel trimestral anualizada e dessazonalizada destes núcleos, que indicam tendências, que passou de 6,4% em abril para 5,7% em maio. Os números levaram o Luis Otávio Leal, economista-chefe da G-5 Partners, a reduzir suas projeções para o IPCA de 2023, de 5,8% para 5,4%, e para 2024, de 3,8% para 3,6%.
O índice de difusão do IPCA de maio é o menor desde agosto de 2020. “Uma difusão menor indica que a gente teve uma quantidade menor de subitens com aumento de preços em relação a abril”, disse André Almeida, analista do Sistema de Índices de Preços do IBGE. “Na passagem de abril para maio, a inflação esteve menos disseminada entre os subitens que compõem a cesta (de consumo).”