Endividamento das famílias permanece estável em maio, diz CNC

Entidade alerta que indicador deve voltar a crescer em julho deste ano

Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP

O percentual de famílias com dívidas a vencer permaneceu inalterado em maio pelo quarto mês consecutivo, atingindo 78,3% das famílias no país. Conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)divulgados nesta terça-feira, 6, entretanto, esse índice deve voltar a crescer em julho deste ano. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela CNC, apontou ainda que, desse total, 18% dos brasileiros se consideram muito endividados, maior percentual desde agosto de 2022.

O endividamento dos consumidores permanece estável desde dezembro do ano passado, especialmente por conta do encarecimento e da seletividade das concessões de crédito pelas instituições financeiras. A taxa média de juros das concessões de crédito às pessoas físicas alcançou 59,7% ao ano em abril, o maior percentual desde agosto de 2017, segundo dados do Banco Central.

A alta dos juros tende a ter maior influência nas contas da classe média, enquanto o incremento de políticas voltadas para os benefícios sociais tem reflexo nas faixas de menor renda. Isso explica, em boa parte, os resultados da Peic de maio”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

ESTABILIDADE

A Peic também apontou estabilidade na parcela de consumidores com dívidas atrasadas em maio, que alcançou 29,1 % do total de famílias (próximo da média trimestral, que é de 29,2%). Por outro lado, entre as famílias inadimplentes, 11,8% afirmaram que não terão condições de pagar dívidas já atrasadas, o maior percentual desde outubro de 2020.

A cada cinco famílias inadimplentes, uma afirmou que não conseguirá pagar dívidas de meses anteriores. Os juros elevados dificultam o pagamento da dívida atrasada, pois pioram as despesas financeiras”, pontua Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.