Médico do Ministério da Saúde alerta para baixa procura por tratamento de HIV no RS

Profissional participou de audiência pública sobre o tema na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa.

Foto: Ricardo Giusti/CP

O Rio Grande do Sul ainda figura entre os cinco estados com maiores índices de HIV, conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2022, sendo Porto Alegre a segunda capital no ranking.

“É fundamental ampliar o diagnóstico”, afirmou o diretor do Departamento de Vigilância de IST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, durante audiência pública sobre o tema na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa gaúcha.

O médico demonstrou preocupação com a estabilização dos dados em altas taxas de contaminação e morte por HIV. A baixa procura pelo tratamento conhecido como PREP, a Profilaxia Pré-Exposição, também é apontada pelos dados do representante do Ministério da Saúde. Segundo Barreira, o RS responde por 11% dos casos de HIV do país e apenas 5% de uso de PrEP. Outro problema trazido pelo médico é a pouca frequência de busca pela Terapia Antirretroviral.

Membros de ONGs ligadas à causa apresentaram vivências e cobraram maior envolvimento político dos governos estadual e municipais, da capital e do interior. “Essa epidemia é um reflexo do descompromisso político das gestões municipais e estaduais em enfrentar as ações”, disse Carla Almeida, representante do Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (Gapa).

O governo do Estado e a prefeitura de Porto Alegre enviaram representantes técnicas à reunião, que afirmaram abertura ao diálogo. A representante do governo gaúcho, Letícia Ikeda, afirmou que houve uma descentralização do atendimento para HIV em 2013 e que a atual gestão pretende reforçar os espaços especializados. No caso da capital, a representante, Daila Raenck, pediu que os parceiros conversem com o município para delimitar os territórios prioritários de atuação.

Os proponentes do encontro foram os deputados Leonel Radde (PT), Laura Sito (PT) e Luciana Genro (PSol).