Arthur Lira exonera ex-assessor investigado em operação da PF

Luciano Cavalcante trabalhou no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados e permanecia lotado na liderança do PP

Foto: Reprodução / Facebook

Luciano Cavalcante, ex-chefe de gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teve a exoneração publicada, nesta segunda-feira, do cargo de secretário na liderança do PP na Câmara. Cavalcante se tornou alvo de uma operação da Polícia Federal, na última quinta-feira, que investiga um grupo suspeito de ter fraudado R$ 8,1 milhões em uma licitação, além de lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica para escolas de Alagoas.

A exoneração da liderança do PP havia sido assinada ainda na sexta-feira, mas só hoje constou no Boletim Administrativo da Câmara. Ele recebia salário de R$ 14,7 mil como secretário particular na liderança do PP na Casa. Além disso, Cavalcante preside o diretório do União Brasil em Alagoas.

Durante a operação, a PF encontrou uma mala com dinheiro supostamente destinado a Cavalcante na casa de um policial civil. Além disso, apreendeu cerca de R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo na casa de um dos investigados pela operação.

Operação Hefesto

De acordo com a PF, contratações feitas com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) foram ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora de equipamentos de robótica, por meio da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos concursos e de cerceamento à participação plena de outros licitantes.

Além dos mandados, a Justiça determinou o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões, e a suspensão de processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do FNDE para a aquisição de equipamentos de robótica.

A investigação identificou ainda que foram realizadas, pelos sócios da empresa fornecedora e por outros investigados, movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem pertinência com o ramo de atividade de fornecimento de equipamentos de robótica, o que pode indicar a ocultação e dissimulação de bens, direitos e valores provenientes da atividade ilícita.

De acordo com a PF, algumas dessas transações eram fracionadas em valores individuais abaixo de R$ 50 mil, com o fim, aparentemente, de burlar o sistema de controle do Banco Central. Em seguida, eram realizados saques em espécie, com a entregas aos destinatários desses valores.