
A Controladoria-Geral da União (CGU) informou nesta sexta-feira ter identificado irregularidades no valor de aproximadamente R$ 2 bilhões nos pagamentos de auxílios a taxistas e caminhoneiros efetuados pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo do ano passado. Segundo auditorias realizadas pela CGU, 356.773 trabalhadores das duas classes foram atendidos com os benefícios de forma indevida. De acordo com o órgão, essas pessoas não cumpriram critérios de elegibilidade para o recebimento do benefício ou requisitos normativamente previstos para o exercício das atividades.
Os auxílios para taxistas e caminhoneiros foram pagos de julho a dezembro do ano passado, com uma parcela mensal de R$ 1 mil. Os benefícios foram instituídos de forma emergencial, com o intuito de auxiliar os trabalhadores diante da variação nos preços dos combustíveis. Com o pagamento de taxistas, de acordo com a CGU, houve prejuízo maior: dos 314.025 beneficiários que participaram do programa, 246.722 foram contemplados sem se encaixar nas regras, recebendo, ao todo, R$ 1,39 bilhão.
Já com o auxílio para caminhoneiros, das 402.773 pessoas atendidas, 110.051 não cumpriram critérios de elegibilidade para o recebimento do benefício. O pagamento indevido, segundo a CGU, chegou a quase R$ 582,9 milhões.
A CGU recomendou à Dataprev, empresa de processamento de dados responsável pela geração das folhas de pagamento dos benefícios, a adoção das providências necessárias para os ressarcimentos relacionados a pagamentos efetuados indevidamente a beneficiários que receberam valores sem, de fato, terem direito ao benefício.