Um consumidor ainda cauteloso e que tem percebido piora nas condições de consumo. Este é o cenário traçado pela Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Fecomércio-RS. O indicador registrou 81,1 pontos e variou -3,2% na comparação com abril de 2023. Já em relação a maio de 2022, houve alta de 6,7%. O ICF-RS se encontra abaixo dos 100 pontos desde abril de 2015.
“O mercado de trabalho mostrou força e se recuperou ao longo de 2022. A atual conjuntura, no entanto, prescreve instrumentos que tendem a frear o consumo e a atividade econômica, o que tem impactos sobre empregabilidade, algo que parece estar sendo assimilado pelos consumidores”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.
Embora as Condições de Consumo sejam melhores do que em 2022, em linhas gerais o ICF-RS tem tido desaceleração da confiança. Em boa medida isso se deve ao comportamento dos subindicadores de empregabilidade (Emprego Atual e Renda Atual). Enquanto o primeiro apresentou recuo marginal de 1,1% (98 pontos), o segundo teve baixa de 3,9% (91,9 pontos).
Os subindicadores de Perspectiva de Consumo (85,2 pontos; -3,0% no mês) e Perspectiva Profissional (51,4 pontos; -8,2% no mês) também têm tendência de queda e acompanham em certa medida os dois primeiros. O nível de Consumo Atual também registrou queda expressiva em maio. Ao variar -6,1% na margem, o indicador atingiu os 90,9 pontos.
O indicador de Intenção de Consumo é um índice antecedente das vendas do comércio varejista e de serviços voltados às famílias. O quadro atual mostra que o consumidor deve continuar mantendo uma postura cautelosa, o que aumenta o esforço de vendas de lojistas e prestadores de serviços.