Estação Ecológica do Taim vai seguir fechada até que mortandade de aves acabe

Chefe do local disse que não há como estimar por quanto tempo medida vai ficar em vigor

Foto: Divulgação/ESEC TAIM/ICMBIO

A Reserva Ecológica do Taim deve ficar fechada até que o episódio de mortantade de aves – a maioria da espécie cisne do pescoço preto – seja considerado encerrado na área de preservação. Agentes da Secretaria Estadual de Agricultura e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), órgão federal responsável pela reserva, seguem fiscalizando e monitorando a região. O Taim, que compreende áreas dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, no litoral Sul, teve confirmado nessa segunda-feira o primeiro foco de gripe aviária (H5N1) em aves silvestres no Rio Grande do Sul.

Segundo o chefe da Estação Ecológica do Taim, Fernando Weber, ainda não é possível estimar o período de interdição. “Todo dia está tendo monitoramento para ver… E enquanto tivermos aves mortas [o local] vai seguir interditado”, assegura.

Ainda conforme Weber, as primeiras aves sem vida foram encontradas em 24 de maio, quando as equipes faziam uma operação de fiscalização. A Reserva contatou o Serviço Veterinário Oficial (SVO) e o Ministério da Agricultura (Mapa) e, ainda no mesmo dia, os agentes compareceram à base Santa Marta.

“Coletamos 36 aves e, em cinco delas, foi feita a necropsia para o envio de material a Campinas, onde existe um laboratório do Ministério da Agricultura. No dia seguinte, coletamos 11 aves, cinco moribundas, que foram eutanasiadas. Depois, foram enviadas mais cinco amostras [dessas aves doentes], e o resultado saiu ontem à noite, revelando que realmente é a gripe aviária”, explica.

Ao todo, 63 aves apareceram mortas no Taim, até o momento. A eliminação dos animais envolve um processo especial de incineração.

Weber ainda relata que a Polícia Ambiental começou nesta terça a sobrevoar a estação ecológica a fim de verificar locais onde a embarcação não chega. Nas últimas horas, foram encontrados mortos mais três cisnes. 

Foto: Divulgação/ESEC TAIM/ICMBIO

A recomendação é de que, caso avistem alguma ave morta, moradores façam o contato com o SVO ou com a Secretaria do Meio Ambiente da região, e não toquem no animal em hipótese alguma. “Apenas reporte para a unidade certa, pois, se esse vírus pegar, ele tem uma letalidade de 54%, é muito perigoso. Não pegue, não faça nada e apenas avise. Assim, os órgãos competentes farão a coleta correta”, alerta Weber. 

A fiscalização da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul já visitou todas as 80 propriedades privadas que fazem limite com o Taim, em um raio de 10 km de onde surgiu o primeiro foco da doença. Para o trabalho, vêm sendo empregados quatro drones, cinco equipes da Vigilância, oito viaturas, um barco (em uma parceria com a Patram) e um helicóptero da Brigada Militar.

Na sede administrativa da Estação há um espaço para a desinfecção de veículos e de pessoas que percorreram áreas de possível contaminação. O ICMbio também monitora a situação. Conforme o analista ambiental do órgão, Magnus Machado Severo, a mobilização constante começou antes mesmo da chegada do vírus no Uruguai.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo Whatsapp (51) 98445-2033.