ABESCO defende mais investimentos em eficiência energética

Entidade reforça que a eficiência energética evita uma tarifa cada vez mais cara

Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Nesta segunda-feira, 29 de maio, é comemorado o Dia Mundial da Energia, data criada em 1981 para conscientizar a população sobre a importância do uso de energias renováveis e gerar uma oportunidade de reflexão sobre como é possível economizar a energia do dia a dia, tanto nas residências, como no comércio, indústria, em instituições e na iluminação pública. Segundo o Atlas da Eficiência Energética – Brasil 2022, nos últimos 20 anos, a participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira manteve-se estável com valores superiores a 40%.

Entre 2011 e 2014, houve uma redução da participação das renováveis na matriz energética devido à queda da oferta hidráulica, porém, a partir de 2015, a disponibilidade voltou a crescer, atingindo 45% em 2021, um número expressivo se comparado com os índices mundiais, que ficaram em torno de 14%. Tão fundamental quanto utilizar as melhores fontes é o ato de preservar e usufruir da energia de forma racional.

“Quando dizemos usar de maneira consciente a energia, não estamos falando apenas em pouparmos energia, mas de promovermos o uso inteligente da energia elétrica em todos os setores, maximizando os benefícios da economia”, afirma Bruno Herbert, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO).

Para o dirigente, a eficiência energética, além de poupar os recursos naturais, evita que sejam necessários investimentos bilionários na geração e distribuição e que haja uma tarifa cada vez mais cara para o consumidor. “O Brasil ocupa a 19ª posição no ranking mundial, conforme a ‘International Energy Efficiency Scorecard / 2022’, que classifica 25 dos maiores usuários de energia do mundo em 36 métricas de eficiência e destaca as melhores práticas para aumentar a economia de energia. Precisamos avançar”, afirma Bruno Herbert.

INVESTIMENTOS

A ABESCO, junto a outras entidades do setor, vem defendendo a continuidade dos atuais percentuais de investimentos nos programas de Eficiência Energética & Pesquisa e Desenvolvimento com articulação para que seja reavaliada a emenda n.º 02 da Medida Provisória nº 1.133/2022 (convertida na Lei nº 14.514 de 29/12/2022), aprovada na Câmara Federal e Senado e vetada no âmbito presidencial.

Conforme definido no caput art. 1º da Lei n.º 9.991/2000, com a emenda, até 31 de dezembro de 2025 estariam assegurados os percentuais de investimento em 0,50% (cinquenta centésimos por cento) tanto para pesquisa e desenvolvimento quanto para programas de eficiência energética na oferta e no uso final da energia.

“A cada real investido em Eficiência Energética, há uma economia de R$ 12 para criar todo o processo de geração e distribuição dessa energia. Portanto, não utilizar energia é sempre melhor que ter que investir em geração, seja ela de qualquer natureza. A manutenção dos percentuais é essencial, faz frente à diminuição da capacidade de custeio das despesas pela população e à demanda cada vez maior por energia”, afirma o presidente da ABESCO.