País contabiliza 5,2 milhões de jovens entre 14 e 24 anos sem emprego

Entre eles, 52% são mulheres e 66% são pretos e pardos, conforme sondagem divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego

Foto: Guilherme Testa / CP Memória

Um diagnóstico sobre a situação do emprego entre jovens no Brasil revela que, dos 207 milhões de habitantes do país, 35 milhões (17%) compõem a faixa etária de 14 a 24 anos, com 5,2 milhões em situação de desemprego. A Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, revelou hoje detalhes desse levantamento.

Entre os jovens desocupados, 52% são mulheres e 66% pretos e pardos. Aqueles sem trabalho e sem estudo, os chamados nem-nem, são hoje 7,1 milhões, 60% deles mulheres, a maioria com filhos pequenos, e 68% pretos e pardos.

Segundo a pesquisa Empregabilidade Jovem Brasil, apresentada nesta sexta em um encontro no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em São Paulo, no primeiro trimestre de 2023, 23% das jovens mulheres ocupadas e 37% dos jovens homens ocupados não tinham concluído o ensino médio. O mesmo ocorre com 38% das desocupadas e 46% dos desocupados. De outro lado, só 9% das jovens ocupadas e 5% dos jovens ocupados completaram o ensino superior.

Quando consideradas as ocupações, a pesquisa revela que 86% tinham ocupações pouco desafiadoras e 14% dos jovens ocupados (2,2 milhões) tinham ocupações que envolviam atividades técnicas, da cultura ou da informática e comunicações. A sondagem também mostrou que 51% das mulheres e 56% dos pretos e pardos exercem ocupação informal.

Ocupações
As 15 ocupações mais frequentes envolvem 1,3 milhão de jovens: entre elas, vendedores por telefone, vendedores, operários da construção, condutores de motocicletas, cuidadores de animais e ajudantes de cozinha.

Sem nível médio
De acordo com a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, um dos objetivos do estudo é o de contribuir para incentivar toda a sociedade, professores e empregadores, além do próprio jovem, a compreender essa dinâmica e a importância da escolaridade.

Para o diretor executivo do CIEE, Humberto Casagrande, o levantamento ressaltou, de forma incontestável, uma série de desigualdades que existem no Brasil entre a mulher negra, o jovem adolescente, o jovem adulto e o trabalho informal.