Ministério Público denuncia pai que tentou matar filho de seis meses na Serra

Tentativa de homicídio ocorreu em abril deste ano

O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou um homem de 22 anos por tentativa de homicídio do filho de seis meses em Caxias do Sul, na Serra. De acordo com a denúncia, na madrugada de 5 de abril, o réu tentou matar o bebê dentro da residência em que viviam.

Conforme um dos promotores do caso, Ronaldo Resende, na noite seguida, o pai e a mãe levaram a criança a um hospital. Na ocasião, o homem apresentou duas versões diferentes. Primeiro, disse que a criança havia prendido a cabeça nas grades do berço. Depois, ele afirmou que tropeçou com o filho no colo, com a criança batendo a cabeça no chão.

Funcionários da casa de saúde acionaram a Brigada Militar, que ouviu a avó materna e os cunhados do homem. De acordo com o MP, todos disseram que o pai era negligente e não tinha paciência com o menino. Também relataram que a criança tinha cortes no rosto, olho roxo e hematomas frequentes.

Ainda conforme Resende, o laudo pericial comprovou lesões diversas no corpo do bebê, como fraturas de seis arcos costais, clavícula e ossos da face, hematomas e traumatismo crânio encefálico de moderado para grave. “O perito disse que algumas fraturas eram antigas e outras recentes”, salienta o representante do MP.

Com base no indiciamento policial, o órgão denunciou o homem por tentativa de homicídio qualificado. Em 19 de abril, os promotores pediram a prisão preventiva do acusado, negada pela Justiça. “O juiz entendeu que as medidas cautelares seriam suficientes, dentre elas, a imediata saída do pai de dentro de casa e a proibição dele de se aproximar da criança”, explica.

Na última terça, após a conclusão do inquérito, Polícia e MP repetiram o pedido de prisão. O juiz ainda não se manifestou.

Segundo o promotor, o desfecho do caso depende da situação do acusado. “Os réus presos têm preferência e o processo anda mais rápido. Mas, caso ele continue solto, o processo terá um trâmite com mais tempo”, explica.

O promotor reforça, ainda, que se o juiz indeferir a prisão, vai recorrer da decisão.