Em Assembleia Geral Extraordinária, que ocorre na noite desta terça-feira, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) volta a reunir os profissionais credenciados ao IPE-Saúde para definir o rumo de uma paralisação que começou ainda em 10 de abril. A categoria protesta contra os 12 anos sem reajuste dos honorários pagos pelo sistema, que atende cerca de 1 milhão de gaúchos, a maioria servidores do Executivo estadual. O protesto impactou nos atendimentos pelo convênio, que tiveram redução de 10 a 15%.
O presidente da entidade, Marcos Rovinski, vai apresentar aos participantes o que o sindicato vem fazendo para garantir que os cerca de 6,5 mil médicos credenciados sejam contemplados dentro do plano de reestruturação do IPE-Saúde, que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa. De acordo com Rovinski, o governo alterou a proposta original e não há “clareza” sobre o que vai ser destinado aos médicos, diante de uma expectativa de arrecadação adicional de R$ 700 milhões.
O presidente do Simers salienta que o valor previsto para a remuneração pode ser ainda menor que os cerca de R$ 140 milhões anunciados inicialmente – quando o governo previa arrecadar R$ 900 milhões a mais -, o que já era considerado aquém da necessidade. Por isso, segundo Rovinski, os médicos vão avaliar o que querem: seguir paralisados, aderir ao descredenciamento ou pedir licenciamento de 30, 60 ou 90 dias.
Entre as reivindicações do Sindicato, o reajuste não linear na tabela do IPE-Saúde, ou seja, um percentual maior nos códigos mais defasados, a possibilidade de o usuário escolher o médico, independentemente de ele ser credenciado ou não, o aumento da coparticipação nas consultas e a cobrança da modalidade nos procedimentos hospitalares.
Procurado pela Rádio Guaíba, o IPE Saúde esclarece que a redução nos atendimentos dos médicos credenciados à autarquia está “dentro da expectativa”. O Instituto ainda orienta aos segurados a buscarem alternativas de atendimento no site do Guia Médico Hospitalar.