A defesa do deputado estadual Leonel Radde (PT) confirmou à Rádio Guaíba, nesta terça-feira, que a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (Cogepol) recebeu autorização da Justiça para investigar a denúncia feita pela ex-companheira dele, Giane Alves Santos, sobre um suposto caso de violência doméstica. O petista, além de parlamentar, também é policial civil, razão pela qual o caso vem sendo conduzido pelo órgão.
Conforme o advogado Eduardo Amorim de Mattos, a Cogepol conduz o inquérito ‘há mais de 15 dias’. Uma nota vai ser enviada à imprensa, ainda conforme o jurista, ‘assim que houver um posicionamento oficial do deputado’.
“A notícia está sendo usada novamente, é a mesma de 15 dias atrás. A informação já foi veiculada, não há nenhuma novidade”, declarou Mattos.
Compete à Cogepol proceder investigações e realizar sindicâncias nos casos em que haja envolvimento de servidores da Polícia Civil, por infrações de cunho penal ou administrativo. O órgão pode ainda aplicar penalidades administrativas e indicar a necessidade de afastamento preventivo do policial.
Em um vídeo publicado no Twitter, em 2 de maio, o parlamentar afirmou ser ‘vítima de uma articulação da extrema direita’. “Estamos sendo vítimas, mais uma vez, de uma articulação da extrema direita, que age de forma ardilosa, de forma articulada, e que, inclusive, aproxima pessoas para o nosso convívio”, alega o deputado na gravação.
Entenda o caso
Em boletim de ocorrência registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Porto Alegre, a ex-companheira de Radde o acusa de agressão, supostamente ocorrida em início de abril. Além do registro, a mulher também solicitou e recebeu medida protetiva de urgência, que permanece em vigor, contra o parlamentar.
Conforme apurou Rádio Guaíba, às 02h59min do dia 8 de abril, data das supostas agressões, a ex-companheira do deputado realizou postagens de Instagram denunciando abusos contra mulheres, sem identificar o alvo da crítica. Nos stories, ela escreveu: ‘Quando tu vê uma mulher sendo desrespeitada e coagida dentro do seu próprio lar, tu é tão conivente quanto!’. Na sequência, ela compartilhou uma frase do arcebispo Desmond Tutu: ‘Se você fica neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor’.
A discussão teria acontecido durante uma confraternização na casa onde os dois ainda viviam, embora não mais como um casal. No boletim de ocorrência, a ex-companheira de Radde sustenta que ele a agarrou pelos pulsos e a jogou contra a parede.
Em 19 de abril, o político registrou um boletim de ocorrência por denúncia caluniosa e extorsão. Segundo o depoimento do deputado, a mulher havia pedido, ainda em março deste ano, R$ 100 mil para sair de casa e ameaçou acusá-lo de violência doméstica porque ele entrou com pedido judicial de separação.
Leia na íntegra a nota da defesa do deputado:
A assessoria jurídica do deputado Leonel Radde informa que o parlamentar encontra-se impedido de manifestar-se sobre a pauta em questão devido à ordem judicial. Informa, ainda, que os devidos esclarecimentos serão prestados em momento oportuno e que o deputado é vítima de crime. Por fim, reafirma o seu compromisso com a luta antifascista reforçando a convicção de que leis relevantes não podem ser utilizadas para acobertar crimes de qualquer natureza.
Eduardo Amorim de Mattos, OAB/RS 68.647