Os economistas do mercado financeiro estão projetando uma redução da estimativa de inflação para 2023 de 6,03% para 5,80%, ao mesmo tempo em que passaram a projetar um crescimento maior do nível de atividade. As informações constam do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 22, pelo Banco Central. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro caiu de 4,15% para 4,13%.
O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia. Mesmo assim, a estimativa segue superando o teto da meta de inflação definida pelo governo. A meta central foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, este será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo sistema de metas. Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro subiu de 1,02% para 1,20% na última semana. O aumento estimado no relatório do Banco Central veio depois da divulgação da chamada “prévia” do PIB pelo BC na semana passada, que apontou uma alta de 2,40% para o nível de atividade no primeiro trimestre deste ano. Já para 2024, a previsão de crescimento recuou de 1,38% para 1,30%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 12,50% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, o índice está em 13,75% ao ano. Quanto ao dólar, a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 recuou de R$ 5,20 para R$ 5,15. Para o fim de 2024, permaneceu em R$ 5,20. Já o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção permaneceu em US$ 60 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 54,8 bilhões para US$ 54,6 bilhões.
O relatório do Banco Central aponta para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso continuou também em US$ 80 bilhões.