Premiê japonês confirma a Lula isenção de visto para brasileiros e linha de crédito para saúde

Reunião bilateral ocorreu em Hiroshima, por aproximadamente uma hora, às margens da cúpula do G-7

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Na reunião bilateral travada em Hiroshima por aproximadamente uma hora, às margens da cúpula do G-7, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que vai adotar a isenção de visto aos brasileiros, publicou hoje a Agência Estado (AE).

Kishida também anunciou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão voltada ao setor de saúde, sem, no entanto, dar detalhes do formato da concessão do empréstimo.

O aceno do anfitrião vem uma semana depois de o governo retomar a exigência de visto para turistas do Japão, Estados Unidos, Austrália e Canadá. A regra já existia, sendo alterada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019, e agora volta a vigorar a partir de 1º de outubro pelo princípio da reciprocidade. Ou seja, o Brasil vai exigir o documento porque esses mesmos países exigem visto a turistas do país.

O primeiro-ministro anunciou que o governo japonês vai iniciar procedimentos para a introdução da isenção de visto de curta duração para portadores de passaporte comum do Brasil.

O Japão vem incentivando as viagens internacionais de cidadãos do país como forma de aquecer o mercado de companhias aéreas, assim como espera fôlego do turismo nacional em meio ao iene fraco frente ao dólar e ao controle da Covid-19.

De acordo com a nota do governo japonês, os dois líderes se comprometeram a trabalhar juntos para proteger o meio-ambiente e combater as mudanças do clima. “O primeiro-ministro Kishida expressou sua esperança no avanço da reforma tributária no Brasil, afirmando que as empresas japonesas também estão atentas a isso”, acrescenta o texto.

A defesa da reforma tributária brasileira já havia sido feita pelo chanceler do Japão, Yoshimasa Hayashi, em reunião bilateral com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Os empresários japoneses também expressaram a mesma opinião de otimismo em um encontro, em Tóquio, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Embora a linha de crédito de R$ 1 bilhão tenha sido confirmada no comunicado japonês, a comitiva brasileira não emitiu posicionamento sobre a questão.